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A MENINA QUE ROUBAVA LIVROS (The Book Thief)


por Beto Besant

Sempre que se cogita adaptar um livro para o cinema, ainda mais no caso de um best seller, a primeira coisa que se especula é se o filme será fiel ao livro. Como dizia Tim Maia: "Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa". Há que se diferenciar cinema de literatura. O cinema não tem obrigação nem deve manter fidelidade ao livro. E se for preciso antes ler o livro para "entender melhor a história" é porque o filme não foi bem executado. Portanto, vou me ater à obra cinematográfica, o que motiva estes comentários.



Na história, Liesel Meminger (Sophie Nélisse) é enviada junto com seu irmão para morar com um casal alemão - mediante pagamento, uma vez que sua mãe é perseguida pelo nazismo. No caminho seu irmão morre e ela rouba o primeiro livro durante o enterro.

Seu pai adotivo Hans (Geoffrey Rush) é um bom homem, sempre carinhoso e compreensivo, que em muito lhe ajuda a superar as dificuldades de sua nova vida. Por outro lado, sua mãe adotiva Rosa (Emily Watson) é disciplinadora e rígida.


Na escola, a garota conhece o jovem Rudy (Nico Liersch), menino alemão que nutre uma paixão platônica pela garota. Ela porém, deixa subentendido o mesmo tipo de sentimento por Max (Ben Schnetzer), judeu cuja mãe foi morta e seu pai fez muitos favores aos donos da casa, e por isso aceitam a perigosa missão de lhe esconder no porão da casa. Hans e Max lhe ensinam a ler e incentivam para que pegue gosto pela leitura. Conforme surge alguma oportunidade, a menina rouba algum livro.

A história é contada de forma falha e os horrores da guerra são muito suaves comparados aos relatos conhecidos. A direção de Brian Percival erra ao tentar abordar o tema de forma leve, para atingir a todos os públicos, principalmente as crianças - que poderiam se identificar com Liesel e Rudy. O elenco está bem, com desataque para Geoffrey Rush e Emily Watson, que encontram o tom de seus personagens sem caírem no caricato. A fotografia e direção de arte são primorosas, mas o filme peca em tentar arrancar a emoção a todo custo com a trilha melodramática de John Williams.

Mesmo que adaptado, um filme não tem que depender do original, nem por obrigação de manter-se fiel ao livro, nem para que o público possa compreender a história. Este é o típico caso de filme que não se sustenta por si próprio.


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