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A ERA DO GELO 4 - Deriva Continental (Ice Age - Continental Drift)


por Beto Besant

Mais uma edição da franquia de enorme sucesso mundial iniciada há 10 anos, que sempre apresenta uma continuação a cada 3 ou 4 anos.
Nesta nova empreitada, Amora (filha de Manny e Ellie) agora já adolescente, se apaixona por outro mamute adolescente. O que gera os tradicionais conflitos entre pais e filhos. Porém, com a criação dos continentes, Sid, Manny e Diego se perdem do resto do grupo. Assim dá-se início à saga dos personagens para encontrarem seus familiares.
O impagável esquilo Scrat continua responsável por bons momentos do início ao fim do filme. Porém, agora está com uma participação mais embasada do que somente fazer graça.

Esta continuação se presta a seu objetivo: entreter a família. Pode não ser o melhor da franquia mas também não deixa a desejar, agradando a todas as idades. Mudança de direção, sai Carlos Saldanha (codiretor do primeiro e diretor do segundo e terceiro) que assina a produção executiva e entram Steve Martino e Mike Thurmeier. A substituição não afetou a franquia, que mantém seu padrão de qualidade e a tecnologia 3D lhe fez muito bem novamente (já havia sido utilizada na terceira edição da franquia).
Inclusive, o filme é precedido pelo ótimo curta-metragem da família Simpson.

“Era do Gelo 4” apresenta novos personagens: a tigresa Shira, o orangotango Capitão Entranha e a bicho preguiça Granny (avó de Sid), ótimo personagem responsável por boa parte da graça do filme.
Para apresentar a velha ranzinza Granny, o filme apresenta um “flashback” de como Sid se separou de seus pais.

O filme repete algumas fórmulas, como o estilo “Road Movie”, e a mensagem final: que a amizade deve prevalecer acima de tudo. Porém, mesmo que algumas coisas pareçam “batidas” para os adultos, para as crianças tem sabor de frescor, seja ara aquelas que só agora tem idade para conhecerem a série, seja para aquelas que estão crescendo junto com o filme e passando por problemas típicos da adolescência ou mesmo pra aquelas que estão tomando conhecimento de valores éticos e morais que o filme trata.

Independente de qual for o caso, “A Era do Gelo 4” diverte pessoas de todas as idades e tem fôlego para novas continuações.

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PROMETHEUS


por Beto Besant

Um grupo de exploradores descobre evidências de que a vida do planeta Terra surgiu através de extraterrestres, com isso partem com a nave que dá título ao filme em direção ao planeta destes seres.

O filme é tecnicamente bem feito (principalmente ao usar a tecnologia 3D), mas se limita à superficialidade. Para quem esperou 30 anos para dar sequência à franquia “Alien” (leia-se Ridley Scott), a nova produção (que tem pretensão de apresentar o início de tudo) não foi bem sucedida e melhor seria se tivessem esperado um pouco mais.
Com a justificativa de homenagear Erick Von Däniken (de Eram os Deuses Astronautas), o filme lança perguntas como “de onde viemos?” e “qual o motivo de existirmos?”. O problema é que estas perguntas não são respondidas adequadamente, dando a sensação de falso conteúdo e discurso vazio.
Como já é tradição na franquia, as referências à maternidade são nítidas. Além disso, o filme insere o pai da personagem Elizabeth Shaw (Noomi Rapace), uma arqueóloga estéril, apenas para colocar conceitos religiosos na trama que não possuem maiores embasamentos. Também não deixa o politicamente correto de lado, apresentando um personagem negro que se sacrifica pelo bem de todos.
A sensação de “comida requentada” é nítida. O personagem David (Michael Fassbender) é um robô com características humanas (tal como acontecia em Blade Runner – O Caçador de Androides) e as referências da franquia “Alien” não dão a sensação de “antes de tudo”, mas sim de mais do mesmo.
Resumindo, é um filme com belíssimas imagens, excelentes efeitos especiais, edição de som e tudo no que se refere aos quesitos técnicos, porém com um roteiro fraco, de atuações medianas e direção a contento.

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FEBRE DO RATO


por Beto Besant

O filme conta a história de Zizo (Irandhir Santos), um poeta que vive de produzir seu pequeno jornal (com título homônimo ao filme) para divulgar seus ideais de liberdade e anarquia.
Na sua vida pessoal, costuma manter relações sexuais com mulheres mais velhas e feias. Tudo começa a se alterar ao conhecer Eneida (Nanda Costa). A jovem percebe a imediata atração sexual que causa em Zizo e passa a fazer um jogo de "gato e rato" com ele. Tem interesse por ele mas não se deixa levar por seus desejos, o que faz com que o poeta fique cada vez mais atraído e perturbado com a garota.
Paralelamente, o sempre sensacional Matheus Nachtergaele interpreta Pazinho, um coveiro que vive um casamento conturbado com a travesti Vanessa (Tânia Granussi).
Completam a história, Juliano Cazarré, Mariana Nunes, Vitor Araújo e Hugo Gila, que moram juntos e se relacionam sexualmente de forma concensual e libertária.
Febre do Rato, terceiro longa metragem do polêmico diretor pernambucano Cláudio Assis, levou oito prêmios no Festival de Paulínia (ator, atriz, fotografia, montagem, filme, direção de arte, trilha sonora e melhor filme pela crítica).
Não é o melhor trabalho do diretor, porém ainda está muito acima da média das produções brasileiras (mesmo sendo um filme de baixo orçamento). O personagem Zizo é quase uma personificação do diretor, como se estivéssemos assistindo um documentário sobre Assis.
Perguntado sobre isso, Assis diz que é um misto de Zizo e Pazinho, pois quer "transar com a menina bonita e gostosa mas pode sentir amor por um travesti".
A fotografia de Walter Carvalho mostra a cidade de Recife de forma crua e visceral, utilizando-se um um preto e branco, apresentando a cidade na ótica da população da periferia. O roteiro de Hilton Lacerda tem o grande mérito de ser o reflexo da personalidade expansiva do diretor.
Febre do Rato tem várias cenas de nu (como costumam ser os filmes de Cláudio Assis) que podem incomodar o público mais conservador, porém não estão lá gratuitamente, são um meio de expressar o ideal de liberdade propagado pelo diretor e consequentemente pelos personagens.
Assis é o típico diretor do "ame ou odeie", seus filmes (Amarelo Manga, Baixio das Bestas e Febre do Rato) nunca passam despercebidos, sempre carregam críticas positivas e negativas e uma leva enorme de defensores e "rivais". Mas se tem algo que seja indiscutível é sua paixão pelo cinema e a forma passional com que conduz sua obra.
O título refere-se a uma expressão nordestina usada para dizer que alguém está fora de controle. O que podemos perceber é que a população do filme pensa se tratar do caso do protagonista, que por outro lado entende que este seja o caso da população. Algo como aquele tradicional símbolo oriental onde a cobra come o próprio rabo.
Normalmente se diz que poetas se alimentam de amores não correspondidos para realizarem sua obra. Como no caso deste filme, o tema é tratado mais como função orgânica do que como ligação emocional, o sexo que não acontece entre Zizo e Eneida alimenta a verve poética do artista.

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