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Pré-estreia do filme BOCA

 
 
por Beto Besant

No último dia 18, aconteceu em São Paulo a pré-estreia do filme Boca, de Flávio Frederico. O evento contou com a presença do diretor, da corroteirista Mariana Pamplona e dos atores Daniel de Oliveira, Milhem Cortaz e Camila Lecciolli.
 

O filme conta a história real de Hiroito de Moraes Joanides, homem de uma família de classe média que no inicio da década de 50 tornou-se o principal líder criminoso da região paulistana conhecida como "boca do lixo".
 
Hiroito alia-se a Osmar (Milhem Cortaz) para iniciar sua vida criminal. Casa-se com a jovem Alaíde (Hermila Guedes) que lhe dá o apoio necessário para conseguir sua ascenção no crime. Nesse caminho, alia-se e depois reclara guerra a Nelsinho (Jefferson Brasil), outro traficante local.
 
 
 
Nessa época, Às custas de muita propina, a polícia fazia "vistas grossas" a estes criminosos. Paulo César Peréio interpreta o policial corrupto da região.
O comando de Hiroito chegou ao fim com sua prisão no ano de 1963.
 
 
 
Boca teve seu roteiro escrito pro Flávio Frederico e Mariana Pamplona, baseado no livro do próprio Hiroito. Tem um ótimo elenco, incluindo a participação especial de Leandra Leal, e uma boa direção de Frederico. Apesar de ser um filme de orçamento modesto, o excelente trabalho de fotografia do experiente Adrian Teijido aliado à ótima direção de arte conseguem recompor o universo abordado alcançando um belo resultado.
 
Apesar de vários pontos positivos, o filme tem um roteiro confuso, deixando em aberto se o protagonista tem algum envolvimento na morte de seu pai. Também apresenta na segunda metade do filme a voz off do personagem, mostrando um lado intelectual, reforçado com uma ou outra cena onde ele lê algum livro. Essa voz poderia muito bem ser retirada, o que iria colaborar com a narrativa.
 
 
 
Essa confusão do filme é reforçada com a montagem, que optou por contar a história alternando momentos da vida de Hiroito fora de ordem cronológia. Essa escolha, ao invés de dar agilidade, deixou o filme mais confuso, inclusive por apresentar uma mesma cena por três vezes.
 
 

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TUDO O QUE DESEJAMOS (Toutes Nos Envies)

 
por Beto Besant 
 
Claire Conti (Marie Gillain) é uma jovem juíza do tribunal de Lyon muito preocupada com as injustiças sociais. Toma conhecimento do caso de Céline (Amandine Dewasmes) e decide ajudá-la. Céline é mãe de duas crianças e passa por sérios problemas financeiros, em decorrência da propaganda enganosa e dos juros abusivos do sistema financeiro. Pede ajuda para Stéphane (Vincent Lindon), um amigo juíz mais experiente.
Paralelamente, Claire descobre que possi um tipo de câncer incurável e decide não fazer o tratamento. Porém não informa sua família sobre sua doença e decisão.
 
 
 
Com uma premissa pouco atraente, pois todos já estamos cansados de ver melodramas similares, o diretor Phillippe Lioret (que já havia abordado a injustiça social em seu primeiro filme Bem Vindo) realiza mais um grande filme, que passa longe de melodramas exagerados. Tem a delicadeza que um tema desses exige.
 

O elenco também está excelente, além de Gillain encontrar o ponto exato de interpretação de um personagem que corre um sério risco de cair no melodrama, Lindon é o grande destaque do filme.

Com toda a sua experiência, consegue transmitir com perfeição, a confusão de sentimentos entre seu personagem e o de Gillain. Um misto de amizade e paixão.

 
Tudo o que Desejamos é mais uma grata produção francesa, que outra vez dá uma aula de cinema aos americanos, mostrando que é possível tratar e temas delicados sem ser melodramático nem piegas.
 
 

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PODER PARANORMAL (Red Lights)

 
por Beto Besant

Margaret Matheson (Sigourney Weaver) é uma professora de psicologia que dedica sua vida a desmascarar falsos videntes e fenômenos paranormais. Tom Buckley (Cillian Murphy) é seu "fiel escudeiro" e a auxilia no trabalho. Tudo segue conforme o esperado até a chegada de Simon Silver (Robert De Niro), um renomado vidente cego, o que torna-se motivo de conflito entre Margaret e Tom, pois ela se recusa a investigá-lo. A partir daí, vamos entender o que a fez se dedicar e este trabalho e quais mistérios estão por trás dos personagens.
 
 
Escrito e dirigido pelo espanhol Rodrigo Cortés (de Enterrado Vivo), Poder Paranormal tem um bom elenco central, que  consegue transparecer que grandes surpresas estão por vir. O problema é que, conforme os segredos são revelados,  vamos nos dando conta de que o filme não tem muito a dizer, tentando usar o velho truque de "dar uma rasteira no público" no final do filme. Mas a tentativa de se fazer esse tipo de filme, que tem em O Sexto Sentido (The Sixth Sense, de M. Night Shyamalan) um de seus principais representantes, não obtém o mesmo resultado, pois não chega realmente a surpreender.
 
Bem dirigido, Poder Paranormal parte de uma boa premissa, mas se perde em um roteiro fraco e previsível. Uma pena, vindo de um diretor tão promissor. Talvez fosse o caso de Cortés se dedicar mais à direção e deixar o roteiro para alguém mais experiente.
 




 

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O LEGADO BOURNE (The Legacy Bourne)

 
por Beto Besant 
 
Aaron Cross (Jeremy Renner) é outro agente secreto que serviu como cobaia ao governo. Eric Byer (Edward Norton) é o militar superior que resolve eliminar todas as suas cobaias. A doutora Marta Shearing (Rachel Weisz) é quem pode ajudar o novo protagonista da franquia e parte com ele em sua corrida contra o tempo e o governo.
 
 
 
Com essa premissa, dá-se início a todo tipo de correria, perseguição e tiros.
 
Terceira parte da franquia Bourne, não tem a mesma força de seus antecessores, e tenta se sustentar apenas com sequências de perseguição e tiroteios. O filme tenta criar uma trama ligada a pílulas coloridas que mais confunde do que atrai o espectador. Além disso, peca ao não conseguir atrair o público que por ventura não tenha assistido às duas primeiras etapas da história, o que, para um filme que pretende atingir grandes bilheterias, é um erro crucial.
As ausências de Matt Damon e Franka Potente também são sentidas nesta continuação.
 

Claro que as sequências são bem feitas, bons efeitos especiais, montagem ágil (como é a marca da trilogia), e só isso basta para agradar ao público jovem (ou nem tanto), que busca apenas diversão e entretenimento no cinema. Mas para o público mais exigente, que espera ver uma boa trama, com boas atuações e direção, ficará decepcionado.
 
 

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OS INFIEIS (Les Infidèles)

 
por Beto Besant 
 
"Os Infieis" é um filme que une nove histórias sobre homens infieis a suas mulheres pelos mais variados motivos. No total são sete diretores: Jean Dujardin e Michel Hazanavicius (vencedores respectivamente do Oscar 2012 de Ator e Melhor Diretor), Gilles Lellouche, Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Eric Lartigau e Alexandre Courtès.

Jean Dujardin e Gilles Lellouche (que além de atuarem e dirigirem, assinaram roteiro e produção) interpretam um personagem diferente a cada etapa.


 
Os personagens abordam uma boa variedade de perfis, como o homem que viaja com seu amigo aos Estados Unidos contra a vontade de suas mulheres, com o único objetivo de transarem o máximo que puderem. Há também o episódio do homem que viaja com os colegas de empresa para uma convenção e tenta a todo custo "se dar bem" com uma colega, enquanto isso, um simpático colega cadeirante é um tremendo conquistador.

 
Alguns episódios mais longos, outros menos, uns extremamente divertidos, outros nem tanto. A forma de se apresentar uma espécie de "conjunto de curtas-metragens" sobre um mesmo tema torna ágil o filme e dá a possíbilidade do público se identificar com histórias ou personagens diferentes, de acordo com o gosto pessoal.
 


Dujardin está ótimo nos mais diversos papeis, inclusive foi corajoso ter participado de um filme com discurso polêmico e cenas tão ousadas (seu agente temia que o filme prejudicasse sua carreira), porém, Lellouche está impecável nos mais diversos papeis e é responsável pelas melhores tiradas.


 
É o tipo de filme que não agrada a todos os gostos, alguns poderão considerá-lo machista ou misógino, porém tem bons momentos e merece ser visto, inclusive pra conferir Dujardin em papeis completamente diferentes do personagem que o consagrou no filme mudo "O Artista".
 
O filme fez enorme sucesso na França e teve cartazes proibidos, por considerarem ofensivos às mulheres.
 
 

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TOTALMENTE INOCENTES

 
 
por Beto Besant
 
Diaba Loira (Kiko Mascarenhas) domina o morro DDC até ser traída por seu "braço direito" Do Morro (Fábio Porchat) indo parar na cadeia. Da Fé (Lucas D' Jesus) é apaixonado por Gildinha (Mariana Rios), irmã de seu amigo Bracinho (Gleison Silva). Com o intuito de conquistá-la, Da Fé, seu irmão pequeno Torrado (Carlos Evandro) e Bracinho tentam fazer fama como bandidos.
Paralelamente, Wanderley (Fábio Assunção) contrata Gildinha para produzir uma reportagem sobre a guerra no morro.


 
A proposta do diretor Rodrigo Bittencourt, que também assina como um dos roteiristas, era de fazer uma sátira aos filmes brasileiros de sucesso como Cidade de Deus e Tropa de Elite. Esse argumento já dava indícios de bom filme, visto que, nunca foi feito isso no país e temos vários exemplos extrangeiros de grande sucesso. Porém, o que acontece é uma verdadeira frustração do começo ao fim.
 
O filme não tem graça, o roteiro está "mal amarrado" e perde ótimas oportunidades de fazer graça, os atores estão deslocados (como é o caso do ator Leandro Firmino da Hora), Mariana Rios está mal-escalada, pois não é o tipo "mulher fatal" que o personagem pede, Fábio Assunção está mais para uma caricatura sem graça do ator Jerry Lewis, os meninos estão visivelmente perdidos em cena. Destaque apenas para Ingrid Guimarães (que dá conta do papelda lésbica chefe de Wanderley) e principalmente Kiko Mascarenhas, o melhor ator do filme.
 
O excelente humorista Fábio Porchat consegue "segurar" seu personagem Do Morro, porém, o curioso é ver um humorista e redator tão talentoso como ele estar num projeto tão desconexo e sem graça como este.
 
Para piorar ainda mais, o filme tem inserções digitais, que lembram a primeira temporada do programa adolescente Malhação e um personagem estilo "disk-jockey" que a toda hora aparece falando o que já pudemos ver em cena, o que lembra muito o programa "Armação Ilimitada" (levada ao ar pela TV Globo na década de 80).
 
Ou seja, é o tipo de comédia que só fará rir quem estiver com muita vontade de dar risada...
 
 

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CARA OU COROA - humor, amor e a coragem

 
por Beto Besant

O novo filme de Ugo Giorgetti (que assina roteiro e direção) se passa em 1971 e conta a história de dois irmãos: João Pedro, um diretor de teatro engajado politicamente e Getúlio, mais alheio a esses assuntos que namora a neta de um militar na reserva.
Pouco a pouco, o mais jovem acaba sendo forçado a participar, mesmo que de forma discreta, na luta contra o regime militar da época. 
 
 
O filme conta com a direção segura do experiente Giorgetti, a fotografia impecável de Walter Carvalho, e ótimas reconstituição de época, com belo trabalho de direção de arte e figurino.


O elenco é um destaque no filme, com Emílio de Melo interpretando João Pedro de forma magnífica e Walmor Chagas num papel mais discreto, mas que mostra a que veio. Otávio Augusto, como de costume, transforma um pequeno papel numa grande interpretação, deixando vontade de vermos mais sobre seu personagem (um taxista tio de João Pedro e Getúlio que detesta comunistas e artistas). Completa ainda o ótimo elenco o ator Paulo Betti, com pequena participação com "voz of".

 
 Um filme modesto porém honesto, que se propõe a contar uma história sem firulas nem tentando parecer intelectual nem fisgar o público a qualquer preço. Tem a virtude de abordar a luta contra a ditadura de pessoas que não são engajadas politicamente mas que entraram nesta situação por um mero acaso, ao contrário da grande maioria dos filmes, que mostram pessoas que dedicaram sua vida ao ideal da luta contra ou a favor da ditadura no Brasil.
 
 

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AQUÍ É O MEU LUGAR (This Must Be the Place)


por Beto Besant

Filme que conta a história de Cheyenne (Sean Penn), um astro de rock beirando os cinquenta anos que há mais de vinte não canta e vive de aplicações na bolsa de valores.

Com a notícia de que seu pai está com sérios problemas de saúde, decide visitá-lo após ficarem muitos anos sem se falar. Chegando lá, fica sabendo que este havia falecido pouco antes de pegar o homem que o maltratou num campo de concentração.

Então o ex-roqueiro parte numa viagem em busca do alemão.

O filme é dirigido pelo italiano Paolo Sorrentino de forma irretocável, pois consegue prender a atenção do público logo no primeiro segundo e deixa um sabor de “quero mais”. Logo na primeira sequencia, o protagonista se maquila em frente ao espelho, numa clara alusão a Robert Smith (vocalista da banda “The Cure”). Aos poucos vamos conhecendo o ser humano por trás daquela criatura exótica, maquiada e descabelada, e os motivos que o fizeram parar de cantar no auge do sucesso.

O ator Sean Penn dá um show de interpretação, utilizando uma forma de falar e andar inspirada no roqueiro Ozzy Osborne. Este estilo de interpretação está no limite do caricato, coisa que poderia cair no ridículo, não fosse o talento magistral de Penn.

O resultado é tão fantástico que em certos momentos sua atuação emociona profundamente, além, disso, o final é surpreendente.

 

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UM DIVÂ PARA DOIS (Hope Springs)

por Beto Besant
 
Kay (Meryl Streep) é casada com Arnold (Tommy Lee Jones) há mais de três décadas. Com os filhos já adultos e casados, a única coisa que une o casal é o mesmo teto, pois não dividem a mesa e muito menos a cama. Cansada desta situação, Kay decide fazer uma viagem com o marido para uma terapia de casal coordenada pelo Dr. Feld (Steve Carell). Através da terapia, momentos bons e momentos maus vêm à tona.

Comédia romântica é um gênero que divide opiniões, agradando mais a mulheres do que homens. Porém, “Um Divã Para Dois” é uma surpreendente experiência no gênero. O grande talento dos protagonistas faz do filme uma trama muito acima dos clichês do gênero. Há muito que se tornou lugar comum qualquer elogio ao talento da senhora Streep, e nesse caso não poderia ser diferente: Streep conduz o filme com maestria, fazendo grande parceria e mostrando que tem muita “química” com Tommy Lee Jones.

Com um roteiro delicado, a direção de David Frankel (O Diabo Veste Prada) procura formas criativas e sutis de se falar de sexo sem expor os astros. Não deve agradar ao público fã de comédias românticas, porém, quem não o é e se dispor a assistir irá se surpreender.
 

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360


por Beto Besant

O diretor Fernando Meirelles apresenta uma costura de histórias em várias partes do mundo, com personagens interligados que poderiam ter seus destinos profundamente alterados por um mero acaso, sem que se deem conta disso.

Rui (Juliano Cazarré) e Laura (Maria Flor) fazem um casal brasileiro que vai a Londres em busca dos objetivos do rapaz. Porém, ele vive um romance com Rose (Rachel Weiz), casada com Michael (Jude Law). Este, por um mero acaso deixa de se encontrar com a prostituta Mirka (Lucia Siposová). Em determinado momento da trama, Laura conhece um ancião (Anthony Hopkins) e quase tem sua vida mudada drasticamente ao conhecer Tyler (Bem Foster).

Assim, vamos acompanhando as diversas histórias sem que possamos conhecer detalhadamente nenhuma delas.

Esta forma arriscada de contar as histórias, só é bem sucedida por ter um diretor de extremo talento, que preserva o interesse do público durante todo o filme. O diretor conta pouco a pouco as histórias sem subestimar o público, não entregando informações “gratuitamente”.


É o tipo de diretor surpreendente, ao invés de cair na tentação das superproduções americanas, que se tornaram acessíveis após o estrondoso sucesso de “Cidade de Deus”, continua fazendo produções independentes que primam por uma linguagem pessoal e grandes interpretações.

“360” não foi muito bem recebido pela imprensa internacional, o que é de surpreender, porque não é o tipo de filme “fácil” voltado ao público médio, mas é um grande filme que deveria cair mais nas graças da imprensa especializada.
 

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