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ENTREVISTA: Até que a Sorte nos Separe 2

Beto Besant entrevista a atriz Camila Morgado, o roteirista Paulo Cursino e o diretor Roberto Santucci, do filme "Até que a Sorte nos Separe 2".



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EU & VOCÊ (Io e Te)


por Antonio Carlos Egypto

Lorenzo (Jacopo Olmo Antinori) é um adolescente de 14 anos, em busca de espaço para sua privacidade e autonomia. Tem problemas e dificuldades no relacionamento com colegas, já que é um tanto intolerante e ríspido. Em casa, com a mãe, o conflito é ainda mais intenso, já que envolve um amor edipiano explicitado, em meio a constantes brigas e discussões.
Olívia (Tea Falco), irmã mais velha de Lorenzo por parte de pai, fazia com muito talento fotografia artística, até afundar na dependência de drogas, especialmente da heroína, de forma intensa.


Lorenzo e Olívia são os dois personagens que conduzem a trama do novo filme do grande diretor Bernardo Bertolucci. Por razões diversas, eles acabam convivendo, por um período de tempo, num porão, escondidos das outras pessoas. O encontro se dá de modo fortuito, inesperado para ambos. É por aí que se apresenta a oportunidade do convívio que resulta em conhecimento mútuo, já que, apesar de irmãos, eles estavam separados e nunca se viam.
Criar uma situação que confina dois personagens por um período de tempo facilita a exposição das diferenças do mundo de ambos, do que é difícil de enfrentar para cada um e de que modo esses mundos podem se tocar e se entender. O que interessa ao diretor é trabalhar sentimentos, expectativas e as relações possíveis entre os irmãos. Consequentemente, o que muda em cada um com esse convívio forçado e confinado.
A transformação dos personagens e da relação entre eles vai sendo mostrada de forma progressiva e realista, apesar da situação artificial criada. “Io e Te” não cai na cilada da redenção, traz esperanças, mas mantém os limites. Crescer e mudar é possível, mas não esperemos milagres. É por aí.

Bernardo Bertolucci, um dos grandes nomes do cinema italiano, faz mais um trabalho rico e intrigante, focado em relacionamentos humanos, o que é uma constante na sua obra. Basta lembrar de “Os Sonhadores”, de 2004, ou de “O Último Tango em Paris”, de 1972, ótimos filmes que também colocam personagens em espaços fechados por um bom tempo.
Evidentemente, a trajetória de Bertolucci é tão marcante que há muito mais do que isso em filmes notáveis, como “Antes da Revolução”, de 1964, “O Conformista”, de 1970, “1900”, de 1973, “La Luna”, de 1981, “O Céu que nos Protege”, de 1990, “Beleza Roubada”, de 1996, ou “Assédio”, de 1998. É um autor cinematográfico, que sempre tem muito a dizer, com belas imagens.
Io e Te foi um dos filmes exibidos na mostra contemporânea do 8º. Festival de Cinema Italiano no Brasil, em 2012, e agora chega ao circuito comercial dos cinemas. 

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ALÉM DA FRONTEIRA (Out in the Dark)


por Beto Besant

Nimer (Nicholas Jacob) é um jovem palestino que estuda numa faculdade de Tel Aviv. Acaba conhecendo e se apaixonando pelo advogado israelense Roy (Michael Aloni). O romance sofre os problemas de serem de nacionalidades rivais. Além disso, um amigo dos jovens é executado por sua homossexualidade e Nimer tem seu romance descoberto pela família - isso numa cultura onde homossexuais não tem nem o direito à vida.
Os personagens são colocados numa situação limite e forçados a tomarem medidas extremas.


Filme de estreia do israelense Michael Mayer, começa como uma espécie de versão gay de Romeu e Julieta, mas, ao contrário de mais uma versão melodramática sobre o tema - como tantas feitas até hoje, este desenvolve-se de forma primorosa, mostrando-se um filme forte e maduro.

Não é preciso muito esforço para entender por que este filme arrebatou prêmios por diversos festivais onde passou, como: Toronto, São Francisco, Miami, Filadélfia, Nashville, Rochester, Guadalajara, Torino e Haifa. Além da Fronteira mescla de forma magistral: romance, suspense, ação e policial.

O romance, que tem como pano de fundo a rivalidade entre palestinos e israelenses, expõe a violência de uma cultura árabe, onde homossexuais não são aceito nem em sua própria casa e muitas vezes são executados. Ainda no âmbito da sexualidade, o personagem judeu tem sua orientação aceita por sua família, apesar de que esta não suporta ter que conviver com seu namorado. Isto mostra outra virtude do filme, a de não ser maniqueísta, caso a família judaica aceitasse a sexualidade do rapaz.

Os problemas políticos de se viver na fronteira são muito bem apresentados pelo roteiro, onde palestinos tem dificuldade para ir à Israel e porque seus habitantes temem que informações sejam levadas ao país rival.

O ritmo do filme é preciso, segurando o público durante seus 96 minutos, não deixando um minuto sequer sem necessidade (a chamada barriga).
Além disso, roteiro e montagem não cometem o erro de duvidarem da inteligência do espectador, não dando informação mais do que o necessário.

É um dos melhores filmes dos últimos tempos e vai agradar não apenas o público gay, mas a qualquer pessoa que queira ver uma boa trama.


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coletiva de CRÔ - O FILME


por Beto Besant

Crô, o personagem Clodoaldo Valério (Marcelo Serrado) da novela Fina Estampa (TV Globo - 2012/13) que enriqueceu no final do folhetim, com a herança deixada pela sua patroa (Cristiane Torloni). Com isso contrata o antigo mordomo Baltazar (Alexandre Nero) e a governanta Marilda (Katia Moraes).

O novo rico cansa de sua vida tediosa e se lança como cantor, monta um salão de beleza e uma grife de roupas, mas nada dá certo. Certo dia sonha com sua mãe (interpretada por Ivete Sangalo) e decide voltar a ser mordomo porque acredita que seu destino é servir.

Anuncia uma "seleção" para encontrar sua patroa e acaba conhecendo Vanusa (Carolina Ferraz), dona de tecelagem que explora imigrantes bolivianas junto com seu marido Riquelme (Milhen Cortaz).

Crô acaba por descobrir a forma desumana com que as funcionárias são tratadas e dá uma de James Bond pra salvar as bolivianas, dentre elas uma menina de cerca de dez anos.


Escrito por Agnaldo Silva, o autor de novelas com os maiores índices de audiência, Crô - o filme é uma tentativa rasteira de fazer dinheiro rápido unindo a atual moda de comédias brasileiras com um personagem de grande sucesso nacional a partir da telenovela.

O filme é uma sucessão de erros. Do roteiro, que tenta ser engraçado a todo custo mas está muito longe disso. Na desculpa de se fazer um "humor popular" parte-se pra um humor apelativo e estereotipado. O protagonista encarna o gay de programas populares, afetado e fútil, seu mordomo o homofóbico. A dona da tecelagem a nova-rica fútil que quer fama e dinheiro, e seu marido o latino violento e sem escrúpulos. E pra piorar, um filme que se pretende ser diversão pra família toda, tem uma morte que sai totalmente dos padrões do gênero.

Com estes personagens, o bom elenco não tinha o que fazer, a não ser representá-los da forma mais digna possível.
E pra piorar, a direção do experiente Bruno Barreto ("Flores Raras", "Dona Flor e Seus Dois Maridos", entre outros) só reforça as limitações do roteiro, repetindo à exaustão bordões bobos que não agradariam nem a uma criança. Outro erro - se é que isso seria possível, é um filme que, fadado a ter muitos rostos "televisivos", ainda completar seu elenco com nomes como Ivete Sangalo, Ana Maria Braga e Gaby Amarantos. Nada mais oportunista.

No último dia 13 de novembro, ocorreu em São Paulo a Coletiva de Imprensa para a divulgação do filme. 
A produtora Paula Barreto disse que fez o filme sem dinheiro de incentivo fiscal, pois queria lançar o filme pouco tempo após o final da novela. Por isso, o filme foi financiado por: Telecine, Paris Filmes, Downtown e LC Barreto, num total de cinco milhões e duzentos mil reais e lançamento em 400 salas de cinema.

Barreto conta que recebeu o convite de Marcelo Serrado para dirigir o filme, pois gostava do personagem, considerando-o uma espécie de Jerry Lewis.

É o típico filme-titanic, que tudo tem grife, roteirista, diretor, elenco e personagem, e o resultado é catastrófico. Pode até dar uma boa bilheteria, uma vez que quantidade não é sinônimo de qualidade, porém a única coisa que desejo é que Jerry Lewis não esteja se revirando em seu túmulo com tal comparação.


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