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O LUZ, CÂMERA: ANIMAÇÃO! AGORA É SITE!!!

Com muita satisfação anunciamos que a partir de agora, estamos migrando para um site.
Vá para nosso site e acompanhe todas as novidades dos cinemas e os trabalhos de nossa produtora.

Esperamos todos lá!

Luz, Câmera: Animação!

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FLORESTA MALDITA (The Forest)

Floresta Maldita : Poster

por Diego Castro

O gênero terror é um dos poucos que são mutáveis no mundo da sétima arte, podendo ir do pastelão ao sério em algumas cenas, encantando e amedrontando as cadeiras do cinema. Contudo, para conseguir essa façanha é difícil, e Floresta Maldita tenta alcançar este patamar de fascínio.

Floresta Maldita : Foto Natalie Dormer
Acompanhamos Sara em buscar da sua irmã desaparecida em uma floresta no Japão, sendo a floresta conhecida como um lugar de suicídios constantes. Além do folclore local dizer que a floresta é amaldiçoada por fantasmas, o que não impede que Sara entre e procure sua irmã, antes que seja tarde.

Numa coprodução nipo-americana, o filme usa e abusa dos dois estilos de terror, criando um clima propenso para sustos verdadeiros. Até que funcionam, mas estes sustos são raros, o que sobra são sustos bobos. O roteiro não é ruim, apenas mal executado. A ideia de um floresta que enlouquece seus habitantes é genuinamente assustadora - parece com o outro filme do roteirista David S. Goyer (Alma Perdida, 2008) - mas a direção do novato Jason Zada se apoia muito em clichês, perdendo um pouco da originalidade do roteiro.

Floresta Maldita : FotoO elenco é competente, fazendo o que sabem fazer de melhor. Conseguem convencer o público de que o medo é real, mas a protagonista Natalie Dormer leva o filme "nas costas". Ela atinge uma atuação genuína e natural de uma pessoa caindo na loucura da floresta e conduzindo o público pelo filme, sendo constante o seu desempenho. Não é muito realista, mas verossímil ao filme.

O primeiro ato da Floresta Maldita é lento, seu ritmo prejudica o meio e fim. É fácil perceber o final da história, sendo o maior problema do filme, sua previsibilidade. Os sustos perdem o efeito assim que você descobre de onde eles vêm, enfraquecendo os alicerces da trama, que tinha potencial para ser um bom filme de terror.

Floresta Maldita não consegue chegar a seu destino final, sendo medíocre no final das contas. Nada tem o resultado esperado, a eficiência fica só na atuação da sua atriz principal, deixando o filme acessível para uma tarde chuvosa, quando não há mais nada passando na TV.


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RETROSPECTIVA: AS VIRGENS SUICIDAS (The Virgin Suicides, 1999)


Filho de peixe, peixinho é?

por Beto Besant

Segundo o ditado, "filho de peixe, peixinho é". Na música, essa máxima quase sempre é verdadeira. Já no cinema, ainda não temos tantos exemplos para comprovar a tese.
O fato é que a cineasta Sofia Coppola - em sua estreia como diretora no filme As Virgens Suicidas (1999) - mostra competência de veterana.

Em tempos de verdadeira paranoia com relação a "spoilers", não é segredo pra ninguém que o filme conta a história de jovens suicidas. Tanto que a informação já está no título, inclusive no original.

Adaptação de um livro homônimo de Jeffrey Eugenides - que se baseia numa história verídica - As Virgens Suicidas conta a história da família Lisbon. Extremamente católicos e conservadores, o casal interpretado por James Woods e Kathleen Turner - um professor e uma dona de casa - criam suas cinco lindas filhas com "mãos de ferro". Proibidas de sair e de qualquer contato com os garotos, as meninas só passam a ter alguma abertura após a mais nova tentar o suicídio. A mudança dos pais não é suficiente e a menina novamente comete suicídio, desta vez fatal. Entretanto, reagem de forma cada vez mais rigorosa diante de atitudes típicas da adolescência, complicando gradativamente a relação entre eles e levando ao resultado anunciado.



Ousada, a diretora - que também assina o roteiro - já inicia o filme com os meninos da vizinhança falando sobre o desfecho. Em alguns momentos, ela coloca um ator - que seria um dos garotos, já adulto - comentando o caso, como num documentário.

Tanto ao escrever quanto ao dirigir, Sofia constrói a relação entre a família e as pessoas "de fora" de forma delicada e sensível, através de detalhes, de pequenos gestos e olhares, sempre escapando do óbvio. Até mesmo nas cenas que seriam mais dramáticas - e até mesmo melodramáticas - a diretora desvia do clichês com elegância e simplicidade. O filme é forte, contundente, sem ser sem ser agressivo.

Por mais que a supervisão de seu pai Francis Ford Coppola - responsável por nada menos que a trilogia O Poderoso Chefão e outras obras-primas - seja natural, pois além de pai é o produtor do filme, nota-se claramente que Sofia tem talento genuíno e abre sua carreira com "chave de ouro".



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KUNG FU PANDA 3

Kung Fu Panda 3 : Poster

por Diego Castro

As animações percorreram um grande caminho, alguns estúdios conseguiram amadurecer, e a DreamWorks é um exemplo claro disso. Tendo no seu catálogo filmes que conseguem falar diretamente com o seu público, Kung Fu Panda 3 é outra prova desse amadurecimento.

Kung Fu Panda 3 : FotoO longa-metragem começa logo após os eventos do antecessor, com dando outro passo para se tornar o novo mestre do Kung Fu. Contudo, uma nova ameaça aparece para acabar com a paz de seu vilarejo e agora Pô precisa se conectar com o seu lado panda. Além disso, precisa lidar com a chegada do seu pai verdadeiro.


As animações criadas pela junção dos estúdios orientais e ocidentais da DreamWorks criam uma das animações mais lindas na história do estúdio. O jeito de como os personagens se movem levemente - parecendo tinta no quadro - com cada luta e cada ação usando uma paleta de cores vibrantes, vívidas em cada canto da tela, sobressaindo diante de outras animações, dignas de grandes épicos do Kung Fu.

Kung Fu Panda 3 : Foto

Os realizadores da produção sabem exatamente como encerrar a saga do Dragão Guerreiro, levando Pô ao seu desafio principal, amadurecer sem perder o espírito de aventura que tanto moldou sua jornada até esse momento. Uma aventura tocante sobre apreciar seu interior, mesmo que você seja um panda.

Os problemas do filme são devido ao pouco tempo que temos para explorar tanta beleza. Os personagens coadjuvantes não ganham a atenção necessária devido ao colossal número de criaturas carismáticas em Kung Fu Panda 3, se tornando um pano de fundo para as piruetas e pulos, que tomam conta da tela.

Kung Fu Panda 3 : FotoAssim que a trama se desenrola - apesar das falhas - as qualidades são mais expressivas, tirando o que é possível da ação e emoção que foram as bases da série. É estranho que, mesmo na sua terceira aventura, Pô ainda tenha fôlego para encantar os corações do público com sua simpatia e alegria, apesar do amadurecimento óbvio do personagem.

Um ótimo fim desse universo do Kung Fu Panda, mantendo a qualidade e a diversão do primeiro longa-metragem. É muito raro um filme se manter fiel às suas raízes - ainda evoluindo em muitos aspectos - apesar de faltar desenvolvimento por parte dos outros personagens. Mesmo assim, o Kung Fu Panda 3 tem força de cativar o seu público-alvo. Ao final - com saldo positivo - é bom ver o quanto um estúdio pode crescer sem perder sua essência divertida e inspirada. Fico ansioso para ver até onde esse amadurecimento pode levar a DreamWorks.


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TUDO VAI FICAR BEM (Every Thing Will Be Fine)



por Beto Besant
Quando somos convidados pra assistir a um novo filme de um cineasta com a envergadura de Win Wenders, é um convite praticamente irrecusável. Ainda que seja um diretor com altos e baixos.

Após a realização dos documentários Pina (2011) e O Sal da Terra (2014), o cineasta alemão volta a dirigir uma ficção. Escrito por Bjorn Olaf Johannessen, Tudo vai dar Certo conta a história de Tomas Eldan (James Franco), um escritor em pleno bloqueio criativo que - após um trágico acidente - torna-se um profissional bem sucedido, mas todos os envolvidos com o acidente tem que aprender a lidar com seus traumas.

Tudo Vai Ficar Bem : Foto Charlotte Gainsbourg, James Franco

Como se diz no meio dos críticos, o filme não chega lá. Ou seja, não é bem realizado. Filmado em 3D, Tudo vai ficar bem não justifica o emprego - e despesas - para a necessidade da técnica. Talvez por isso, a distribuidora Marés Filmes optou por não exibir dessa forma no Brasil.

Tudo Vai Ficar Bem : Foto Charlotte GainsbourgApesar das belíssimas imagens do diretor de fotografia Benoit Debie, o roteiro deixa muitas "pontas soltas".

A direção colabora para que fique vago, ainda mais com a escalação do asséptico protagonista James Franco, que após vários anos que a história conta, não tem nenhum envelhecimento visível, assim como ocorre com as coadjuvantes Charlotte Gainsbourg e Rachel McAdams.

A entrada - ainda que tardia - do ator Robert Naylor, no papel do filho de Kate (vivido por Charlotte), dá novo fôlego à trama mas fica muito longe de salvar a história.Se existe um destaque no elenco, é a participação de Charlote, que traz alguma densidade à trama.Sem dúvida, Tudo vai ficar bem é apenas uma sombra da obra de Wenders, e seu rimo arrastado e atuações insossas traz ao público a sensação de ter tomado um bom calmante antes da sessão. 

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FIQUE COMIGO (Asphalte)

Fique Comigo : Poster

por Antonio Carlos Egypto

Tudo parece indicar o contrário, já que no mundo virtual as pessoas têm centenas de amigos. Verdadeiras bobagens viralizam, como se diz, entusiasmando os que as postaram. Pessoas mais conhecidas podem ter milhões de “seguidores”. Mas a solidão é um dos maiores problemas psicológicos do nosso tempo.

De muitas maneiras o sentimento de estar só, de não ser amado ou desejado genuinamente, de não encontrar sentido para a própria existência ou de se sentir isolado em meio à multidão são fontes de grande sofrimento. A falta de uma vida interior mais rica deixa muita gente sem o chão sob os próprios pés.


O cinema já abordou essa questão pelos mais diversos ângulos, geralmente no enfoque dramático. Será a comédia um bom meio de abordar o problema da solidão? Mais do que isso: a comédia ligeira e os personagens em situações bizarras, um tanto surrealistas, conseguem trazer alguma luz sobre um tema como esse? O diretor Samuel Benchetrit buscou esse caminho ao adaptar um livro que ele próprio escreveu, Les Chroniques de L’Asphalte, no filme Fique Comigo.

Num prédio de apartamentos, na periferia de Paris, o elevador vive quebrado, causando transtorno a seus moradores. Há um homem que, por morar no 1º. andar, não quer pagar o conserto do elevador, mas uma overdose de esteira ergométrica o deixa numa cadeira de rodas por algum tempo. Vai daí que ele se encontra casualmente com uma enfermeira de semblante triste e tenta conquistá-la, se passando por fotógrafo, que já rodou boa parte do mundo. Engraçado? Um pouco, mas beirando o constrangedor. A falta de espontaneidade, o passar-se por quem não é, se torna embaraçoso, digno de pena. Essa é uma das histórias, relacionamentos, que o filme mostra.

Há a da mulher emigrante de origem argelina, cujo único filho está na prisão, que recebe a “visita” de um astronauta americano, diretamente do espaço. E há, ainda, a história do adolescente que parece abandonado pelos pais e que descobre uma estrela morando a seu lado. A atriz, hoje decadente, traz uma nova dimensão à vida dele.

Fique Comigo mostra, alternadamente, os três casos. Todos em busca de reter alguém que, de algum modo, preencheu a vida de outro alguém, mesmo que de forma passageira, fluida, improvável. Com isso, se acentua a necessidade humana de afeto, uma necessidade desesperada, por sinal. E o custo da solidão. As histórias são diferentes entre si, mas dialogam a partir desse eixo central, que é relevante e sério. E não deixa de ser divertido, também.

O elenco é um dos trunfos do filme, a começar pela excelente Isabelle Huppert, no papel da atriz Jeanne Meyer, aquela que já teve melhores dias quando mais jovem. Logo Huppert, que está no auge da força interpretativa, ainda que o papel de Jeanne não exija tanto assim dela. Jules Benchetrit, filho do diretor, é o adolescente que contracena com ela.

Valeria Bruni Tedeschi, a enfermeira triste, e o suposto fotógrafo, vivido por Gustave Kervern, formam um par angustiante e revelador da solidão que procuram retratar. E o fazem muito bem.

A argelina Tassadit Mandi, atriz de Dheepan: o Refúgio, Palma de Ouro de Cannes 2015, muito boa, faz Hamida e seu par improvável é o astronauta, papel de Michael Pitt, de filmes como Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci, de 2003, e Violência Gratuita, de Michael Haeneke, de 2007. A dupla também funciona bem.

O conjunto continua dando a ideia de uma junção de histórias, apesar do elo que as une. Mas cada uma das três histórias é digna de atenção, e o tema está bem abordado no registro escolhido da comédia, algo dramática.



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O TIGRE E O DRAGÃO 2 – A Lenda Verde (Crouching Tiger, Hidden Dragon: Sword Of Destiny)

Crouching Tiger, Hidden Dragon: Sword Of Destiny : Poster

por Diego Castro

Em 2001, o primeiro O Tigre e o Dragão, fez um sucesso estrondoso de público e crítica, sendo premiado pela academia merecidamente. Cheio de delicadeza e poesia, contava uma história profunda e humana, contudo deixou algumas coisas em aberto, podendo ganhar uma continuação. Então - quando o serviço de stream Netflix disse que produziria a continuação - fãs ficaram entusiasmados para voltar ao mundo de kung fu e poesia.

Crouching Tiger, Hidden Dragon: Sword Of Destiny : Foto Harry Shum Jr., Michelle YeohApós 20 anos da morte de Li Mu Bai (Chow Yun-Fat), Yu Shu Lien (Michelle Yeoh) é chamada para proteger a espada lendária - conhecida como a Destino Verde - do vilão Hades Dai (Jason Scott Lee). Ela tem como aliados Tiefang (Harry Shum Jr.) um ladrão habilidoso, a jovem de passado misterioso Snow Vase (Natasha Liu Bordizzo) e Silent Wolf (Donnie Yen) que possui uma forte ligação com Shu Lien.

O novo filme não tem a direção apurada e delicada de Ang Lee. Ao invés disso temos Woo-Ping Yuen, mais conhecido por montar as coreografias de luta. Logo no início é perceptível quanto o filme sofre sem a poesia, trocando conflitos filosóficos por cenas de lutas bem coreografadas. A essência que conquistou o continente ocidental está completamente perdida.

Crouching Tiger, Hidden Dragon: Sword Of Destiny : Foto Donnie Yen, Michelle YeohOs atores são muito talentosos - nenhum deixa a desejar - mas a escrita proposta fica fora de tom, algumas vezes até inconsistente. Com a cena anterior, o filme troca as cores cativantes do original por um filtro acinzentado, que ofusca muito do cenário construído, parecendo uma cidade feita de papelão ao invés de uma China antiga. A única coisa que funciona bem são as cenas de lutas, bem filmadas e muito bem executadas.

Não consigo entender como uma produtora de reputação - que tem no currículo a série americana House of Cards - erra tanto em uma continuação. As escolhas da produção são horríveis, não fosse pelo título não teria ligação nenhuma com o original de 2001. O tom teatral realístico no primeiro filme é esquecido, virando apenas um filme de luta, e nada mais.

Crouching Tiger, Hidden Dragon: Sword Of Destiny : Foto Michelle Yeoh, Natasha Liu Bordizzo

Enquanto O Tigre e o Dragão de Ang Lee, conseguiu trazer pérolas orientais (Herói, Clã das Adagas Voadoras) para o ocidente como Heroi (2002) e O Clã das Adagas Voadoras (2004), o novo O Tigre e o Dragão terá sorte se alguém assistir até o final, pois não possui a magia que nos encantou no passado, fazendo dessa continuação um truque barato.


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O QUARTO DE JACK (Room)

O Quarto de Jack : Poster

Antonio Carlos Egypto

O Quarto de Jack começa como um filme claustrofóbico e assustador. Mostra uma mãe e uma criança vivendo num espaço minúsculo de cerca de 10 metros quadrados, sem nunca sair de lá. Só um homem aparece regularmente, traz víveres e outras coisas, paga as despesas, vai para a cama com a mulher e some. A filmagem acentua a exiguidade do espaço e a estranheza de uma vida num lugar sem janelas, de onde não se pode sair, em que a luz entra por uma claraboia no teto.


O que está acontecendo? Como essas pessoas vieram parar aí?

A mulher, Joy (Brie Larson), cuida de seu filho, que acaba de completar 5 anos, Jack (Jacob Tremblay). Conversa, interage com ele carinhosamente, faz comida, faz e orienta-o a fazer exercícios, ele vê TV, dorme e brinca como pode. Ao observar o que se passa por lá, vamos percebendo pouco a pouco do que se trata, enquanto sofremos a situação e vislumbramos, depois de uns quarenta minutos de filme, que algo mais poderá suceder.

O Quarto de Jack explora bem a situação de uma criança que nasceu e sempre viveu naquele ambiente fechado, sem contato com ninguém ou com o mundo. De que forma pode entender as coisas a partir das informações que recebe, basicamente, da mãe e da TV? Realidade e imaginação se embaralham o tempo todo.

O que seria esse mundo em que um dia sua mãe diz que viveu e que imagens televisivas mostram? O que acontece de fato e o que não? Crianças tendem a ter um pensamento mágico, próprio da imaturidade, mas, quando tudo se confunde, que repertório pode ser desenvolvido para se conseguir viver no mundo e tentar compreendê-lo?

O filme vai nos levando, de suspense em suspense, e nos fazendo viver uma situação de terror psicológico constante, quando nos detemos na vida e no comportamento adulto. O centro da narrativa, no entanto, é o mundo infantil de Jack, a maneira como ele apreende as coisas e como atua quando exigido. O que percebe e capta do mundo dos adultos e o que faz com isso. Nesse registro, tudo se dá de forma diferente, até os medos são outros.

O filme, uma adaptação do romance Room, de Emma Donoghue, descreve uma situação realista, mas é do mundo interno dos personagens que se trata. Algumas das soluções encontradas não são muito convincentes. Algumas das reações de Jack, também não. Mas isso não importa muito. A trama é boa, consistente e sintonizada com o nosso tempo. Hoje o que é real e o que é virtual estão cada vez mais mesclados, de modo que todos vivemos, de algum modo, o drama de Jack.

Os protagonistas de O Quarto de Jack, a atriz Brie Larson e o menino Jacob Tremblay, têm ótimo desempenho. Impossível não sofrer com eles, não torcer por eles. Em especial, pelo garoto, um belo achado do diretor Lenny Abrahamson.

O filme, produção do Canadá de língua inglesa e da Irlanda, concorre ao Oscar 2016. Tem méritos para ser lembrado. Dificilmente terá chance como melhor filme, mas concorre também como melhor roteiro adaptado e melhor atriz, para Brie Larson. Quem sabe?


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DEUSES DO EGITO (Gods of Egypt)


por Diego Castro

Hollywood sempre buscou inspiração no folclore do mundo usando o que encontrasse pelo caminho, exemplo: mitologia grega (Fúria dos Titãs), nórdica (Thor da Marvel). Contudo, existem muitas lendas que nunca foram para a tela grande, por isso, eu esperava muito do Deuses do Egito. Afinal, era a chance de ver esses contos no cinema, tendo um potencial incrível, se feito corretamente.

Deuses do Egito : Foto Nikolaj Coster-WaldauO mundo é reinado por deuses, que possuem a habilidade de se transformar em criaturas metalizadas. Horus - o Deus do Vento (Nikolaj Coster-Waldau), no dia da coroação teve seu trono e olhos roubados por seu tio Set - O Deus do Deserto (Gerard Butler). Jogado em exílio, Set é cruel - forçando um exímio ladrão humano Bek (Brenton Thwaites) - surrupia os olhos de Horus, entrando em uma aventura para devolver o poder e o trono para o deus de direito, e acabar com a tirania de Set.

Boas intenções não fazem um bom filme, Deuses do Egito é um exemplo incontestável disso. Mesmo tendo um potencial astronômico, o longa-metragem peca em todos os aspectos que poderia se sobressair, caindo na mediocridade.

Deuses do Egito : Foto

O que chamou a atenção do público não foram os efeitos pobres, mas sim a polêmica em torno do elenco, já que muitos atores são brancos. Atores com etnia diferente da local de fato é um problema.

Deuses do Egito tem um roteiro estruturado no início e no meio, ao chegar ao final o filme não consegue se sustentar, criando um clímax fraco e sem interesse.

Deuses do Egito : Foto Brenton Thwaites, Courtney EatonOutro problema são os personagens e como são perpetuados, sendo fácil enxergar a falta de direção de Alex Proyas (Eu, Robô - 2004, O Corvo - 1994). Não parece o mesmo diretor - desleixado e ambicioso - aleijando a premissa fantástica do filme.

Deuses do Egito tinha tudo para ser um acerto, brincando com mitologia do Egito. A oportunidade estava presente, porém - mesmo cheio de boas intenções - nenhuma delas é executada com qualidade, deixando nas mãos do público um filme mediano.
Espero que não seja o fim dessas fábulas egípcias no cinema, pois é cheia de histórias para contar e tenho certeza que muitos querem ouvir.


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Coletiva de Imprensa: MEU AMIGO HINDU



por Beto Besant
Aconteceu neste dia 1º de março - num hotel da capital paulista - a coletiva de imprensa do filme Meu Amigo Hindu, do diretor argentino (naturalizado brasileiro) Hector Babenco.
Além do diretor, estavam presentes o ator Willen Dafoe, as atrizes Maria Fernanda Cândido, Bárbara Paz e o cineasta Arnaldo Jabor.



O filme começa com a desnecessária legenda: "O que você vai assistir é uma história que aconteceu comigo e a conto da melhor forma que eu sei".
Na história, o cineasta Diego (Dafoe) descobre que a quimioterapia não é mais capaz de conter um Linfoma que trata há dez anos. Seu médico Ricardo Steen (Reynaldo Gianecchini) aconselha-o ir aos EUA e fazer um transplante de medula, caso contrário terá dois meses de vida. Antes da viagem, o cineasta casa-se com sua antiga namorada (Maria Fernanda Cândido).

De forma bastante narcisista, Babenco narra tudo que passou até a recuperação de sua saúde e vida pessoal. Destaque para Selton Mello - no papel de um personagem que conversa com o protagonista nos momentos em que está em coma - e para Denise Weinberg - interpretando a mãe do cineasta.

O maior problema do filme é que - apesar da história se passar quase na totalidade na cidade de São Paulo - o elenco todo fala inglês. Esta opção - provável concessão para se atingir o mercado internacional - soa muito estranha ao público brasileiro, ao ver atores que sempre falam português, andando nas ruas da capital, mas falando outro idioma.

A partir de uma proposta da Globo Filmes (distribuidora do filme), o filme ganhou uma versão dublada integralmente pelos atores originais, tendo o protagonista dublado pelo ator Marco Ricca.

Ao ser questionado sobre o problema do idioma, Babenco se justificou dizendo que todos os atores brasileiros que tentou convidar estavam com as agendas lotadas, então, após assistir a uma peça com Willen Dafoe e Mikhail Baryshnikov, saiu pra jantar com Dafoe e lhe fez o convite.

Dafoe diz: "Eu já admirava o Babenco e pretendia trabalhar com ele. Quando ele me falou sobre o personagem, o fato de ser algo muito pessoal me interessou."

Apesar do filme deixar claro que é uma história verídica, o diretor alega ser uma ficção baseada em sua vida: "A proposta do filme é uma declaração de amor ao cinema tão grande que uma biografia iria reduzi-lo."

As atrizes Bárbara Paz e Mara Fernanda Cândido comentaram a generosidade de Dafoe em todas as cenas, sempre disposto a ajudar para que tivessem um desempenho melhor.

Mesmo estando em atuações acima do costume, a dupla Maria Fernanda e Gianecchini estão aquém do que seus personagens precisam, o que é acentuado com a belíssima atuação de Dafoe.

O filme ainda conta com pequenas participações de nomes como Dan Stulbach, Maitê Proença, Ary Fontoura e vários outros.

O título faz referência a um menino que faz quimioterapia junto com o protagonista, o que não justifica sua presença no título, uma vez que é uma participação irrelevante para a história.
Apesar de um ritmo lento e com diversas "barrigas" (cenas a se cortar), o filme merece ser visto, mais pela atuação do protagonista do que pela história.



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ZOOLANDER 2 (idem)

Zoolander 2 : Poster

por Diego Castro

Em 2002 foi lançada a comedia Zoolander, dirigida e protagonizada por Ben Stiller. Não foi muito bem com relação a bilheteria, contudo ganhou uma legião de fãs que em 2016 são recompensados com a continuação.

Derek Zoolander (Ben Stiller) - depois de viver anos no exilo - é convidado a voltar às passarelas da moda e reviver as glórias, tendo a seu lado Hansel (Owen Wilson). Contudo, ambos são recrutados pela agente Valentina Valencia (Penélope Cruz), para descobrir qual organização está matando as celebridades.

Zoolander 2 : Foto Ben StillerBen Stiller é um diretor competente, prova disso é seu Trovão Tropical, O Pentelho e o recente A Vida Secreta de Walter Mitty. É percebível o amadurecimento entre os filmes e Zoolander (de 2002) foi um início para essa evolução. Zoolander 2 tinha tudo para ser outro passo nessa evolução.

O filme tem um ritmo muito prejudicial, sendo muito rápido para os personagens se desenvolverem. Pode-se perceber que o roteiro quer mostrar muito - mesmo tendo pouco tempo - e fica parecendo esquetes à la Monty Python. Sem inspiração ou graça, as piadas ficam fora de tom, o que na comédia tom é tudo.

Não existe tempo de conhecer os personagens, deixando-os desinteressantes. Parece um clube especial, onde somos convidados contudo não participamos. As únicas vezes em que as piadas funcionam é com as celebridades, isso porque o público consegue reconhecê-las e assim entender a piada. Exemplo disso é o início do filme, que executa o cantor pop Justin Bieber por fuzilamento.
Zoolander 2 : Foto Ben Stiller, Owen Wilson
As atuações do filme são boas. Todo o elenco consegue captar seus personagens - sem deméritos - mas Will Ferrel se sobressai com o seu Mugatu, roubando todas as cenas em que se encontra, salvando assim o terceiro ato do filme.

No final Zoolander 2 é apressado e sem ritmo, ansioso para fazer o público rir. E falha no processo, deixando de ser o próximo passo na carreira de Ben Stiller - virando um retrocesso - quem sabe com outro filme ele consiga mostrar o amadurecimento que tanto procura, estou ansioso para ver.


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Coletiva de Imprensa: AMOR EM SAMPA


por Beto Besant

O famoso casal Bruna Lombardi e Carlos Alberto Riccelli estiveram no último dia 22 num hotel da capital paulista para promover seu novo filme: Amor em Sampa.

Estavam presentes - além do trio central - as atrizes Mariana Lima, Miá Mello, Bianca Müller e Michele Mara.

Escrito por Bruna e dirigido por Riccelli e seu filho Kim, o filme é um musical com cara de filme institucional - ou peça publicitária da prefeitura - e apresenta um recorte de várias histórias acontecidas na cidade de São Paulo. 


Riccelli interpreta Cosmo, um taxista de muitos amores que se relaciona com a cidade através dos passageiros que transporta. Tem um caso amoroso com a modelo interesseira Lara (Miá Mello). Seu amigo Mauro (Rodrigo Lombardi) é um publicitário que tem dificuldade em se apaixonar e acaba se envolvendo com a estilista Tutti (Mariana Lima). Seu funcionário Ravid (Marcello Airoldi) vive com Raduan (Tiago Abravanel) mas não tem coragem de "sair do armário". O maior cliente de Mauro é presidido por Aniz (Bruna Lombardi), que vive um romance com seu funcionário Lucas (Eduardo Moscovis). A agência de Mauro patrocina uma peça teatral dirigida por Mateus (Kim Riccelli), que vive um triângulo amoroso com as candidatas a atriz Mabel (Letícia Colin) e Carol (Bianca Müller).

Bruna conta que escreveu o filme porque acha que as pessoas estão muito negativas, e queria despertar bons sentimentos em quem assistir. 

Miá e Mariana comentaram que estavam muito felizes ao serem convidadas para participarem do filme, mas que ficaram encabuladas ao serem questionadas se cantavam, logo em seguida tendo que cantar algo de improviso.

O momento mais emocionante da entrevista foi quando Bruna comentou que quando conheceu a cantora Michele Mara (estreando como atriz) foi uma choradeira geral. A roteirista disse à cantora que ela era o personagem do filme, sendo que Michele respondeu: "Não, essa personagem é a minha mãe" (referindo-se à sua história, uma cantora muito talentosa mas que teve que sobreviver como cozinheira). Na ocasião, a emoção tomou conta das duas, e na coletiva a cantora novamente caiu em lágrimas, precisando pedir um lenço à produção.

Riccelli conta que escreveu as letras junto com Bruna pela falta de dinheiro para contratar um profissional. Este é um dos pontos negativos do filme, pois - apesar das melodias até razoáveis - as letras são extremamente pobres, com rimas que beiram o infantil.
Uma pena, pois poderiam ter consultado uma pessoa mais gabaritada. Uma vez que - mesmo que não tivessem dinheiro - possuem prestígio suficiente para isso.
Afinal, como fazer um musical sem alguém apto pra isso?

Toda a coletiva correu nesse clima de "paz e amor". Talvez a falta de conflito tenha resultado num filme sem os elementos necessários a uma trama.



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O CAVALO DE TURIM (Wa Turinói Ló)


O Cavalo de Turim : Poster

                                                                                           Antonio Carlos Egypto

Béla Tarr é um cineasta húngaro, nascido em 1955, que tem um trabalho autoral rigoroso e radical. Seu cinema é feito de longos planos sequência, com muitas repetições de atos silenciosos e brigas ou desentendimentos verbais, onde as palavras e expressões de ofensa ou mágoa também podem se repetir muito. É um trabalho artístico, que põe sua beleza a serviço de uma visão desesperançada do mundo.

Para quem nunca viu um filme de Béla Tarr, o que escrevi aqui pode assustar ou desestimular o interesse por seu cinema. Sim, é um cinema sofrido, porém, desafiador, capaz de nos transportar a universos e situações em que mergulhamos tão intensamente que saímos da experiência tocados por sensações e sentimentos fortes, mas que nos levam a refletir sobre o que vivenciamos ali.

O mais recente filme do diretor, concluído em 2011 e agraciado com o Urso de Prata do Festival de Berlim, é O Cavalo de Turim, que o cineasta afirma que deve ser sua última produção cinematográfica. Uma pena, se essa intenção se confirmar.

No texto de abertura do filme lê-se o seguinte: “Em Turim, em 03 de janeiro de 1889, Friedrich Nietzsche sai do imóvel da Via Carlo Albert, número 6. Não muito longe dali, o condutor de uma carruagem de aluguel está tendo problemas com um cavalo teimoso. O cavalo se recusa a sair do lugar, o que faz com que o condutor, apressado, perca a paciência e comece a chicoteá-lo. Nietzsche aparece no meio da multidão e põe fim à cena brutal, abraçando o pescoço do animal, em prantos. De volta à sua casa, Nietzsche então permanece imóvel e em silêncio, durante dois dias, estendido em um sofá, até que pronuncia as definitivas palavras finais (“mãe, eu sou um idiota”) e vive por mais dez anos, mudo e demente, sendo cuidado por sua mãe e suas irmãs. Não se sabe que fim levou o cavalo.”

O filme passa, então, a mostrar a vida de um condutor de uma carroça, de sua filha e do cavalo. Não há qualquer referência a Nietzsche, além do texto inicial. O Cavalo de Turim, na realidade, nos mostra a vida miserável desses personagens, numa habitação do século XIX. Os únicos pertences são uns poucos móveis rústicos, alguma roupa, lenha, fogão, água e batatas.

Fora da casa, um poço que provê a água e o estábulo, com o cavalo e a carroça. Passamos a viver intensamente o cotidiano dessa casa, onde os movimentos e os gestos se repetem, quase nada se fala e um vento forte e permanente aparece quando se sai da casa, se abre a porta ou se olha pela janela. A paisagem externa é desoladora, assim como o interior da casa. Se não existisse uma reserva de batatas, a fome se imporia de forma absoluta. Ou se o poço um dia secar...

As imagens em preto e branco, os enquadramentos perfeitos, mas quase imutáveis e a rotina minimalista dos personagens, captadas por meio de planos sequência longuíssimos, conseguem nos transportar para a vida no limite da fome e da morte, em pleno final do século XIX.

Os poucos elementos em cena são também essenciais para a obtenção desse efeito. Estamos em outra época, em outro mundo. No entanto, nos deparamos com uma questão que permanentemente tem desafiado a existência humana em todas as épocas: a erradicação da miséria. Impossível não se sensibilizar para essa questão, após assistir a O Cavalo de Turim.

O símbolo do cavalo é também muito bem explorado, desde a sua movimentação intensa, no início do filme, até sua paralisia completa, em que ele prenuncia e como que escolhe seu fim.

Uma obra de arte soberba, extremamente sofrida, difícil mesmo de assistir. Mas uma obra maiúscula. Radical em todos os sentidos. É até uma surpresa que esteja sendo lançada comercialmente nos cinemas, embora com muito atraso. De qualquer modo, atingirá um público reduzido, que terá condições de apreciar tal experiência cinematográfica. Os que entrarem no cinema desavisados ou serão tocados fortemente pelo filme, ou se ausentarão antes do seu final. Experimentos radicais geralmente produzem respostas de amor intenso ou ódio profundo. Não é assim?


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WHITE GOD (Fehér Isten)

White God : Poster
por Beto Besant

De tempos em tempos, surgem no cinema histórias de ataques de animais, seja ratos, aranhas, piranhas, tubarão, ou qualquer outro. Da mesma forma que Lars von Trier mostrou com Melancolia (2011) que é possível fazer filme de catástrofe sem ser um enlatado acéfalo, aqui, o diretor Kornél Mundruczó mostra que é possível fazer filme de revolta animal sem ser uma bobagem rasa.

Na trama, a mãe de Lili (Zsófia Psotta) viaja e deixa a filha e seu cão Hagen com o pai da menina (Sándor Zsóter). Recusando-se a pagar a taxa cobrada pela prefeitura de Budapeste para ficar com um cão sem raça pura, o pai abandona-o na rua. Enquanto a menina faz de tudo para recuperar seu animal de estimação, o cão passa por um sério processo de embrutecimento, tornando-se completamente diferente do que era.

White God : Foto

O filme é bem conduzido - ao contar de forma fria e racional uma história que facilmente resvalaria num melodrama ao estilo Disney ou num terror thrash ao estilo A Invasão das Aranhas Gigantes (1975) - mas deixa várias arestas elo caminho. Desde o roteiro (que deixa algumas pontas soltas) à realização (que abusa de câmera tremida).

A montagem também tem seus altos e baixos. No 2º ato, o filme perde seu ritmo, vindo a recuperá-lo no 3º ato, onde flerta com o terror de forma muito sólida.

White God : Foto Sándor Zsótér, Zsófia PsottaOs cães foram muito bem treinados e realmente convencem durante todo o filme. Para quem é apaixonado por cães (como eu) algumas cenas dão aflição, porque, mesmo sabendo que existem truques de montagem e toda uma legislação que protege os animais, alguns momentos dão a sensação de que os cães estão realmente sendo judiados para que as cenas se tornem realistas.

É praticamente impossível não associar a discriminação que sofrem os cães de raças misturadas do filme com a discriminação entre os homens. Obviamente - e muito por conta do cinema - pensamos primeiramente na segregação judaica da Segunda Guerra Mundial, mas depois começamos a levar o raciocínio a outros povos que passam pelo mesmo problema até os dias atuais.

Com erros e acertos, White God é uma experiência muito interessante de cinema, daquelas raras de se ver. E com uma condução mais rara ainda.
Portanto, para quem gosta do cinema que vai além de pipocas enlatadas, não deve perder este filme.



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