por Beto Besant
O novo filme de Ugo Giorgetti (que assina roteiro e direção) se passa em 1971 e conta a história de dois irmãos: João Pedro, um diretor de teatro engajado politicamente e Getúlio, mais alheio a esses assuntos que namora a neta de um militar na reserva.
Pouco a pouco, o mais jovem acaba sendo forçado a participar, mesmo que de forma discreta, na luta contra o regime militar da época.
O filme conta com a direção segura do experiente Giorgetti, a fotografia impecável de Walter Carvalho, e ótimas reconstituição de época, com belo trabalho de direção de arte e figurino.
O elenco é um destaque no filme, com Emílio de Melo interpretando João Pedro de forma magnífica e Walmor Chagas num papel mais discreto, mas que mostra a que veio. Otávio Augusto, como de costume, transforma um pequeno papel numa grande interpretação, deixando vontade de vermos mais sobre seu personagem (um taxista tio de João Pedro e Getúlio que detesta comunistas e artistas). Completa ainda o ótimo elenco o ator Paulo Betti, com pequena participação com "voz of".
Um filme modesto porém honesto, que se propõe a contar uma história sem firulas nem tentando parecer intelectual nem fisgar o público a qualquer preço. Tem a virtude de abordar a luta contra a ditadura de pessoas que não são engajadas politicamente mas que entraram nesta situação por um mero acaso, ao contrário da grande maioria dos filmes, que mostram pessoas que dedicaram sua vida ao ideal da luta contra ou a favor da ditadura no Brasil.
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