por Diego Castro
Charlie vem há vários anos encantando adultos e crianças, tendo o mesmo efeito da Turma da Monica aqui no Brasil. Contudo, ao invés de se adequar com o seu tempo se distanciando do carisma original para agregar uma nova audiência, vemos que Charlie Brown tem uma evolução bem mais sutil do que a Monica, mantendo o carisma para todas as idades, não importando que época você nasceu, sendo esse filme prova irrefutável desse pensamento.
No bairro de Snoopy e Charlie Brown muda-se uma nova garotinha de cabelos ruivos, por quem nosso garotinho de roupa amarela se apaixona e vai tentar de tudo para conquistá-la, tendo ajuda de seu fiel companheiro Snoopy.
A premissa do longa é simples, parecida com muitos filmes do Snoopy e sua turma (os especiais para TV nos EUA). Logo no início é impossível não perceber como os animadores casaram harmoniosamente o estilo 2D com o 3D, criando em cada frame um quadro lindo e estilizado de forma primorosa, deixando animação diferente de outros estúdios (Pixar e Dreaworks), criando uma identidade própria e bem-vinda, o que poderia se chamar de 2.5D, uma evolução clara do mundo do Peanuts.
Claro que a estética do filme cairia por terra, se não houvesse uma história à altura da animação. Os roteiristas conseguem preencher este - que era o maior desafio - contar uma história singela, passando várias lições humanas e esbanjando nostalgia, sem ficarem presos a fórmulas do passado, mas apenas prestando homenagem a elas, mostrando algo novo para a audiência infantil e sem esquecer seu antigo público, que se encontra no cinema com seus próprios filhos. Esse é um dos pontos positivos da animação, sem esquecer o trabalho lindo da dublagem, que se mistura bem com o espirito do longa (sendo dublado apenas por crianças). É uma boa interpretação de um elenco inexperiente, onde as vozes conseguem apresentar todas as qualidades e defeitos dos personagens, além de Snoopy - que rouba cada cena - enchendo a tela de carisma acompanhado pelo passarinho Woodstock.
BlueSky Studios se destaca com uma distinção formidável, mesmo tendo alguns aspectos para chamar atenção dos pequenos (músicas pop que embalam algumas cenas) que não prejudicam a experiência nostálgica, aproveitam para explorar com admirável sutileza os cenários e os ambientes propostos. Nada parece forçado, tudo flui com a trilha sonora original, que faz você pensar nos sábados de manhã vendo a TV.
O ritmo desacelerado do filme pode pegar as pessoas desprevenidas, mesmo sendo um pouco maior do que uma tirinha de jornal, contudo a animação consegue contagiar a todos ao assistirem, principalmente os pimpolhos de todas as idades, até os mais velhinhos.
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