por Beto Besant
Os amigos Juan (Alexis Díaz de Villegas) e Lazaro (Jorge Molina) vivem de pequenos "bicos" na ilha de Cuba. Certo dia, durante uma pescaria, pescam um zumbi e logo percebem que a ilha está tomada por centenas deles. Com o senso de oportunismo de quem é "cria da rua", veem a oportunidade de lucrarem executando as criaturas, parentes dos moradores. Para isso formam um grupo totalmente heterogêneo de "caçadores": um musculoso, um homossexual, um galã e a bela Camila (Andrea Duro), filha de Juan que abandonou a Espanha devido à atual crise financeira.
Segundo longa-metragem do diretor Alejandro Brugués, um argentino criado na ilha de Fidel, Juan dos Mortos é uma deliciosa sátira aos filmes de zumbi que também brinca com filmes de artes marciais.
Os zumbis são uma representação dos "velhos socialistas" em contraposição ao capitalismo que cada vez mais invade a ilha.
Apesar do baixo orçamento, com o capital vindo da Espanha, o filme é uma excelente opção de diversão que está muito longe de ser apenas um "besteirol". É possível notar que os efeitos especiais são limitados, mas isso em nada tira o sabor de assisti-lo.
O elenco está coeso e tem muita "química", com destaque para os protagonistas Villegas e Molina, excelentes atores. Com destaque para a cena onde o segundo pede um pequeno "favor" ao amigo.
O roteiro não tenta aprofundar obre a origem do problema, o que em nada diminui na sua qualidade. A direção é competente e extrai momentos hilários dos atores. A montagem é "enxuta" e tem bom tempo de comédia.
Primeiro filme de zumbis de Cuba, Juan dos Mortos ganhou o prêmio de Melhor Filme Iberoamericano no Goya, em 2013, principal festival de cinema espanhol.
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