por Beto Besant
Após a invasão da Embaixada dos Estados Unidos no Irã pela população, cinquenta e dois reféns são feitos, porém outros seis conseguem fugir e se esconder na casa do embaixador canadense.
O agente da CIA Tony Mendez (Ben Affleck) é encarregado de resgatar estes diplomatas. Para isso, o plano é simular a produção de um filme de ficção cientìfica de nome Argo onde os refugiados constariam como integrantes da equipe.
Baseado numa história real ocorrida em 1979, é bem dirigido por Affleck, que também é o protagonista. A direção segura tem um bom roteiro de Chris Terrio, que evita clichês e melodramas baratos. Também tem a contida atuação de Affleck apoiada por um grande elenco, como Alan Arkin (que interpreta um produtor de cinema de Hollywood) e Johnn Goodman (um especialista em maquiagem de efeitos). É deles que surge a maioria das boas piadas que envolvem o meio cinematográfico. Algo como rindo de si mesmos.
O filme apresenta imagens de arquivo que nos dão a real gravidade da situação e a semelhança entre os personagens e fatos ocorridos. Para isso, a fotografia optou por utilizar de uma resolução mais baixa e um tratamento de cor com maior intensidade e contraste, que somados a uma bela direção de arte, nos permitem assistir às imagens de arquivo inseridas no filme sem percebermos muita diferença. Algo similar foi feito recentemente no filme No, do chileno Pablo Larrain.
Argo, que foi produzido pelo diretor junto com George Clooney, toca num assunto incômodo aos Estados Unidos sem tentar suavizar a política de arrogância e autossuficiência americana. Não é à toa que o fato foi escondido pelo governo durante duas décadas.
É possível perceber que protagonizar sua própria direção fez com que Affleck não pudesse se concentrar o necessário para o papel, se saindo melhor por trás das câmeras, em um filme que tem toda a "cara de enlatado americano" mas é bem mais que isso.
0 comentários:
Postar um comentário