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Coletiva: ENTRANDO NUMA ROUBADA


por Beto Besant

Aconteceu na no último 31 de agosto - na capital paulista - a coletiva de imprensa do filme Entrando Numa Roubada.

O filme conta a história de Eric (Júlio Andrade) e Walter (Lúcio Mauro Filho), que decidem convidar seus amigos Vitor (Bruno Torres), Laura (Deborah Secco) e Letícia (Ana Carolina Machado) para fazerem um filme onde assaltarão postos de gasolina enquanto filmam, porém só os dois sabem da verdade. Para isso, inventam que seria um método polonês de interpretação.
O objetivo é chegarem até o pastor Alex (Marcos Veras), um antigo amigo que lhes roubou o lucro de um filme anterior e investiu em igrejas evangélicas. 



Estreando na direção de longa-metragem, André Moraes - que tem uma longa carreira como compositor de trilhas-sonoras - apresenta um filme com forte influência de Quentin Tarantino, que apesar de um pouco inverossímil, diverte sem ser alguma nova comédia genérica. Aliás, com relação à verossimilhança - motivo pelo qual o filme sofreu várias críticas - considero uma "licença poética", uma vez que se pensarmos friamente sobre os argumentos de grandes sucessos internacionais, veremos que também são bastante improváveis, mas por algum motivo que não cabe aqui desenvolver, não são tão severamente criticados.

O diretor conta que teve a ideia de fazer o filme mas concluiu que não poderia demorar para levantar seu custo, por isso optou por entrar em editais de baixo orçamento. "O filme foi desenvolvido com o título provisório A Estrada do Diabo - que lembrava filmes de terror. Sabíamos que seria mudado e passamos dois anos decidindo. Cogitamos rebatizá-lo de O Troco, mas acabamos chegando ao título definitivo em longas conversas com o produtor e o distribuidor" - conta André Moraes.

Ele também conta que originalmente o filme seria mais "leve" - apesar do humor negro - mas com a chegada de Júlio Andrade perceberam que deveriam seguir numa linha mais alternativa.

Júlio Andrade é o responsável pelas melhores interpretações do filme, pois conduz seu personagem com a carga dramática que costuma defender seus personagens. Não por acaso, é um dos melhores e mais requisitados atores do cinema brasileiro.

Com essa mudança, na sala de montagem decidiram cortar várias piadas que foram filmadas, para evitar que o foco do filme fosse desviado.

Perguntei à atriz Deborah Secco o que a fez aceitar um papel mais leve, diferente de seus personagens anteriores dos filmes Bruna Surfistinha e Boa Sorte. "Fui convidada pelo André quando ainda fazia o Bruna [Surfistinha] e achava que seria um contraponto ao personagem anterior, mas o Boa Sorte acabou saindo antes e deu a impressão de que só faço personagens densos" - conta a atriz.



O diretor também assina a trilha-sonora junto com Vivian Buff - que viveu cinco anos em Los Angeles e trabalhou em filmes como Capitão América e Big Hero. Ele conta que gostaria de gravar um conjunto de cordas, mas no Brasil estava difícil conseguir bons músicos disponíveis. Até que soube que em Los Angeles havia uma grande oferta de bons músicos do segmento, por isso optou por gravar por lá.

Com baixo orçamento - o filme custou 1.8 milhões de reais - Entrando Numa Roubada chega com forte lançamento: 200 salas. Uma boa surpresa para nosso cinema, ainda mais considerando ser o filme de estreia do diretor.


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