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Camille Claudel, 1915 (idem)


por Beto Besant

O filme retrata os anos em que a escultora Camille Claudel (Juliette Binoche) esteve presa num manicômio francês.
Tida como uma mulher que quebrou muitas barreiras em relação aos direitos femininos, teve um surto após o término de seu relacionamento com o escultor Auguste Rodin, que a levou a ser considerada louca. Seu talento incontestável, que na época não foi valorizado devido ao machismo vigente, coloca-a para muitos conhecedores como sendo superior a de seu amante Rodin.


Dirigido por Bruno Dumont (de filmes como Humanidade, Fora de Satã e O Pecado de Hadewich), o filme é extremamente lento. Ao invés do padrão do cinema clássico dividido em três atos (onde o primeiro mostra as coisas saindo de ordem, o segundo todo o processo para que o equilíbrio seja retomado, e o terceiro restabelecendo o equilíbrio), o diretor opta basicamente por ficar apenas no segundo ato.

O filme já começa com a protagonista internada e convivendo com as internas (que o diretor optou por colocas pessoas que realmente possuem distúrbios mentais), com o passar dos dias, a convivência, somada com a privação de liberdade e de poder realizar sua arte, a escultora vai se desesperando com a possibilidade de não sair mais. Principalmente quando fala com o médico e com seu irmão, o escritor Paul Claudel (Jean-Luc Vincent).

A escolha de não atores para comporem o manicômio foi acertada pelo diretor, conhecido por sempre trabalhar com não atores. Também foi acertada a escolha de Binoche para protagonizar, pois dificilmente outra atriz faria o filme com tal competência. A lentidão do filme foi a forma que Dumont encontrou para fazer com  que o público percebesse o martírio que Camille deve ter sentido no tempo em que á esteve. O problema é que isso torna o filme extremamente lento e cansativo.

Apesar de ser talvez a melhor interpretação de Juliette Binoche, da excelente fotografia, direção e direção de arte, o filme é para um público muito específico, amante daqueles filmes europeus mais contemplativos.


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