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SOMOS TÃO JOVENS



por Beto Besant

Renato é o típico rebelde sem causa. Com intelectualidade acima da média para um adolescente, devora livros e dá aulas de inglês enquanto fuma seus "baseados" (um dos maiores clichês do cinema nacional) e aos poucos se encanta pelo punk rock inglês. Após uma grave doença que lhe deixou acamado por meses, decide formar sua primeira banda Aborto Elétrico, que viria a se tornar a cultuada Legião Urbana.


O principal mérito do filme é escolher amplificar o período que compreende da sua doença até eu primeiro grande show, ocorrido no Circo Voador (Rio de Janeiro). O roteiro do experiente Marcos Bernstein peca ao colocar trechos de músicas famosas do ídolo na boca dos personagens. Como se fosse assim que surgiram tais letras.

A direção Antônio Carlos de Fontoura comete diversos deslizes, dentre eles, deixar os atores interpretando de forma muito teatral, ou mesmo deixar que eles fiquem tão presos na imitação dos biografados que acabam por cair numa espécie de caricatura. Isso inclui o ótimo Thiago Mendonça, que apesar de estar perfeito como Renato Russo, inclusive cantando todas as músicas "ao vivo" (não foram usadas gravações posteriores para corrigir eventuais deslizes) acaba por exagerar na forma já exagerada de falar do cantor. Afinal, por mais que este tivesse um jeito todo peculiar de se expressar, é difícil acreditar que ele se comportaria da mesma forma até deitado em sua cama falando com sua melhor amiga. A atriz Laila Zaid, que interpreta Ana, a melhor amiga de Russo, é uma grata revelação.

Claro que é um filme que visa arrebatar a legião de fãs do biografado (trocadilho à parte), e apesar de não trazer nenhuma grande novidade, merece ser visto.


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