por Beto Besant
O mercado de comédia nacionais divide opiniões: o público adora, por outro lado os mais puristas criticam a qualidade de seus roteiros e falta de originalidade. Nada que não acontecesse nos áureos temos de Atlântida versus Vera Cruz.
Lançado sob a chancela de "comédia" - talvez para aproveitar o bom momento das atuais bilheterias do gênero - Bem Casados se enquadra mais na categoria Comédia Romântica.
A mais nova produção do cineasta Aluízio Abranches (de Um Copo de Cólera de 1999 e Do Começo ao Fim de 2009) conta a história de Heitor (Alexandre Borges) - um fotógrafo de casamento conquistador e solteirão convicto - que conhece "quase" por acidente a personagem Penélope (Camila Morgado) - uma solteirona e independente que busca vingança de seu ex-amante, ao impedi-lo de se casar. Obviamente, surgirão muitas confusões causadas pelos protagonistas apoiados por Alice (Bianca Comparato) - fotógrafa da equipe de Heitor, e Lili (Letícia Lima) - empregada doméstica de Penélope que age como se fosse a patroa.
O filme é bastante irregular, desenvolvendo subtramas dispensáveis - como a participação de Cristine Fernandes no papel de um ex-romance do protagonista - e um casal que não convence: Alice e Fernando (Fernando São Tiago). A fotógrafa tem um jeito masculinizado que deixa dúbia sua sexualidade, bem como seu par romântico, que interpreta um garçon que entra para a equipe mas numa cena em que ensina o ofício a outro garçon sugere "algo a mais" entre os dois.
Outro problema é o subaproveitamento de Letícia Lima, que tem uma pequena participação mas faz com que o filme ganhe novo brilho a cada cena sua. Camila Morgado está muito bem num papel cômico porém não caricato, assim como Alexandre Borges (num personagem ao qual está mais habituado).
Bem Casados fica no limiar entre comédia e comédia romântica, e teria sido melhor se o diretor (que também assina o roteiro ao lado de Fernando São Tiago) tivesse se definido pela segunda opção.
O filme parte de uma premissa interessante mas perde-se no seu desenvolvimento, deixando passar a oportunidade de abordar, por exemplo, as dificuldades que os profissionais de casamento enfrentam com contratantes que não separam um local para se estabelecerem, não se preocupam com sua alimentação e coisas do tipo. Algo que, vindo de um roteirista e diretor que tem um passado como fotógrafo de casamento, seria de se esperar.
Apesar de não ser um grande filme, é bem agradável de se assistir e um grande lançamento: 450 salas em todo o país.
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