por Beto Besant
O cinema sempre gostou de abordar o tema Segunda Guerra Mundial e, após tantos filmes produzidos sobre o assunto, busca-se cada vez mais contar algum fato ainda desconhecido.
Em O Jogo da Imitação, o cineasta norueguês Morten Tyldum (Headhunters) apresenta a história de Alan Turing (Benedict Cumberbatch), um inglês de QI elevadíssimo que, durante a Segunda Guerra Mundial, é contratado para decifrar os códigos utilizados pelos nazistas. Apesar de homossexual, se casa com sua melhor amiga Joan Clarke (Keira Knightley) e cria uma máquina - que daria origem aos computadores - capaz de descobrir o segredo nazista, alterado diariamente.
Vivendo numa época em que homossexualidade era considerada crime, Alan Turing sofre toda forma de pressão para reprimir sua sexualidade, incluindo tratamentos hormonais. Mesmo conseguindo abreviar a guerra em alguns anos e salvando a vida de milhares de pessoas, sua história manteve-se em segredo por cinquenta anos, pois não admitiriam um herói homossexual.
Escrito pelo estreante em longa-metragem Graham Moore o filme não escapa de diversos clichês, como o gênio que não tem a mínima habilidade de relacionamento interpessoal, a mocinha independente e à frente de sua época (para a alegria das feministas), o protagonista que é colocado numa situação limite e todos se unem em sua defesa, etc. E mesmo com clichês, o roteiro não constrói um arco dramático (o desenvolvimento a história) que possibilite que essa atitude dos colegas do protagonista seja verossímil.
Por outro lado, a montagem acerta ao contar a história em três épocas paralelas: infância, período de guerra e pós-guerra. Além disso, a montagem sabiamente coloca imagens reais da guerra no decorrer do filme. O Jogo da Imitação tem bela direção de arte e grandes atuações - principalmente do casal central: Cumberbatch e Knightley.
O filme tem como subtexto a questão ética, uma vez que - ao decifrarem o código - precisam decidir qual o melhor momento de usar deste conhecimento, implicando em escolher quem será salvo e quem morrerá no confronto.
O filme parte de um bom argumento - embasado numa história real, mas infelizmente a trama perde na inexperiência do roteirista e do diretor. Não é um filme que se mantém na nossa mente por vários dias, mas merece ser visto e sua história conhecida.
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