por Beto Besant
Plano de Fuga conta a história de um ladrão de banco (Mel Gibson), que após um assalto foge para o México e termina preso numa cadeia mexicana chamada El Pueblito.
A cadeia é praticamente um vilarejo, com direito a comércios, bebidas, prostitutas e casa noturna reservada aos "endinheirados".
Logo que chega planeja uma forma de fugir, como já adianta o título. Lá conhece um garoto extremamente maduro para sua idade (9 anos) e percebe que este será fundamental para que seu plano de certo. O garoto é interpretado de forma competente por Kevin Hernandez.
O assaltante (cujo nome não é revelado) logo se afeiçoa pelo menino, que tem como meta matar o mafioso local, por ser assassino de seu pai, porém o criminoso tem interesse pessoal em manter o garoto vivo.
O filme é bem sucedido ao que se propõe: oferecer divertimento de boa qualidade.
Produzido por Mel Gibson, o filme é dirigido pelo estreante mexicano Adrian Grunberg, que possui grande experiência como assistente de direção de Mel Gibson, Oliver Stone, Steven Soderbergh, Alejandro González Iñárritu, entre outros.
É um filme ágil, que consegue prender o espectador em seus rápidos 96 minutos de duração. O roteiro, assinado por Gibson e Grunberg, apresenta uma boa trama, apesar de cair em alguns clichês. A montagem é boa, mas talvez precisasse de mais alguns minutos para que o público pudesse compreender mais detalhadamente a trama. Sente-se a preocupação de manter o filme ágil para agradar às novas gerações, que cada vez mais pede rapidez nas informações. O elenco é convincente, havendo grande empatia entre Gibson e o garoto Hernandez. Gibson está com o charme e carisma necessários ao personagem, e o garoto "ganha o espectador", mesmo sendo um menino precoce que fuma constantemente.
A fotografia puxa para uma cor alaranjada (como normalmente acontece em produções americanas que se passam no México). Para completar, o filme conta com bons diálogos, sempre com uma "ponta" de sarcasmo.
Para nós brasileiros, o filme ainda tem um sabor especial: a trilha sonora é assinada pelo experiente músico carioca Antonio Pinto, que ganhou projeção internacional após os sucessos dos filmes Central do Brasil (Walter Salles e Daniela Thomas) e Cidade de Deus (Fernando Meirelles e Kátia Lund).
Devido aos problemas da imagem pública de Mel Gibson, o filme não foi vendido para os Estados Unidos, indo direto para pay per view.
Não é um filme para ser "visto, revisto e estudado", mas conforme dito anteriormente, cumpre seu papel. Como diz Antonio Pinto: "vale o ingresso".
0 comentários:
Postar um comentário