Por Beto Besant
Vinícius de Oliveira (surpreendente) e Milton Gonçalves |
Primeiro filme dirigido pelo experiente diretor de novelas Marcos Paulo, apesar do interessantíssimo argumento, é um filme que não “decola”.
O Assalto ao Banco Central de Fortaleza/CE foi executado de forma magistral, em agosto de 2005. Sem dispararem nenhum tiro levaram 164,7 milhões de reais.
Este tema, tão fascinante e ao mesmo tempo com todos os ingredientes para se fazer um filme de ação que agrade a crítica e público (vide exemplos como Cidade de Deus e Tropa de Elite) se perde num roteiro fraco, direção superficial e elenco descomprometido. O elenco é recheado de estrelas conhecidas pelo público, como: Lima Duarte, Tonico Pereira, Giulia Gam, Heitor Martinez, Cassio Gabus Mendes, Antonio Abujamra e Milton Gonçalves. E outros não tão populares mas não menos talentosos como: Gero Camilo, Milhen Cortaz, Hermila Guedes e Vinícius de Oliveira. Apesar do elenco experiente e talentoso, a maior parte do elenco está deslocada, destacando-se apenas Tonico Pereira, Heitor Martinez, Hermila Guedes e Vinícius de Oliveira, que surgiu ainda criança no filme Central do Brasil (de Walter Salles Jr) e está muito bem como coadjuvante.
Destaque do filme: Tonico Pereira |
A trilha sonora está sempre repetindo o que a imagem já mostra, ao invés de ajudar a contar a história. Em determinada cena, onde a personagem Carla (interpretada por Hermila Guedes) entra no túnel cavado pela quadrilha, a trilha é feita por um solo de sax (quase uma caricatura de uma cena de sedução). Ou na cena em que as vans transportam o dinheiro roubado com um tema que parece ter saído de um comercial e TV.
Como se não bastasse, a direção é feita como se estivesse em uma minissérie televisiva, com muitos planos fechados e piadas fáceis, de gosto duvidoso. Além de “quebrar o eixo de câmera” diversas vezes.
É um filme que deve ser visto mais pela curiosa história ocorrida em Fortaleza do que pela “obra cinematográfica”. Apesar de ter sido feito claramente visando o grande público que lotou as salas de cinema em Tropa de Elite I e II, não atinge seu objetivo em dialogar com o público.
Para quem quiser conhecer um pouco melhor a história fantástico do assalto, vale à pena assistir. Mas quem busca uma “obra cinematográfica”, quem possui conhecimento técnico de cinema, vale mais à pena aguardar que logo o filme estará na TV Globo.
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