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RETROSPECTIVA: AS VIRGENS SUICIDAS (The Virgin Suicides, 1999)


Filho de peixe, peixinho é?

por Beto Besant

Segundo o ditado, "filho de peixe, peixinho é". Na música, essa máxima quase sempre é verdadeira. Já no cinema, ainda não temos tantos exemplos para comprovar a tese.
O fato é que a cineasta Sofia Coppola - em sua estreia como diretora no filme As Virgens Suicidas (1999) - mostra competência de veterana.

Em tempos de verdadeira paranoia com relação a "spoilers", não é segredo pra ninguém que o filme conta a história de jovens suicidas. Tanto que a informação já está no título, inclusive no original.

Adaptação de um livro homônimo de Jeffrey Eugenides - que se baseia numa história verídica - As Virgens Suicidas conta a história da família Lisbon. Extremamente católicos e conservadores, o casal interpretado por James Woods e Kathleen Turner - um professor e uma dona de casa - criam suas cinco lindas filhas com "mãos de ferro". Proibidas de sair e de qualquer contato com os garotos, as meninas só passam a ter alguma abertura após a mais nova tentar o suicídio. A mudança dos pais não é suficiente e a menina novamente comete suicídio, desta vez fatal. Entretanto, reagem de forma cada vez mais rigorosa diante de atitudes típicas da adolescência, complicando gradativamente a relação entre eles e levando ao resultado anunciado.



Ousada, a diretora - que também assina o roteiro - já inicia o filme com os meninos da vizinhança falando sobre o desfecho. Em alguns momentos, ela coloca um ator - que seria um dos garotos, já adulto - comentando o caso, como num documentário.

Tanto ao escrever quanto ao dirigir, Sofia constrói a relação entre a família e as pessoas "de fora" de forma delicada e sensível, através de detalhes, de pequenos gestos e olhares, sempre escapando do óbvio. Até mesmo nas cenas que seriam mais dramáticas - e até mesmo melodramáticas - a diretora desvia do clichês com elegância e simplicidade. O filme é forte, contundente, sem ser sem ser agressivo.

Por mais que a supervisão de seu pai Francis Ford Coppola - responsável por nada menos que a trilogia O Poderoso Chefão e outras obras-primas - seja natural, pois além de pai é o produtor do filme, nota-se claramente que Sofia tem talento genuíno e abre sua carreira com "chave de ouro".



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