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ATÉ QUE A SORTE NOS SEPARE 3 - A FALÊNCIA FINAL.


por Beto Besant

Numa época em que se discute lei de cotas pra filmes brasileiros, em que distribuidoras fazem um "acordo de cavalheiros" de limitar a quantidade de salas a filmes estrangeiros - logo quebrada pelo blockbuster Velozes e Furiosos 7 -  a chegada de uma franquia de tanto sucesso é extremamente oportuna.

Até que a Sorte nos Separe apresenta sua terceira parte - o que por si só já é um grande feito - uma vez que isso nunca ocorreu no cinema nacional e tanto se discute o desenvolvimento de uma indústria cinematográfica brasileira. E chega em grande estilo: cerca de 900 salas - o maior lançamento de um filme nacional da história - o que prova que o filme ainda goza de muito prestígio e credibilidade. A sequência conseguiu ser bem sucedida em todos os obstáculos que enfrentou. Se atualmente o ator Leandro Hassum é praticamente sinônimo de fartas bilheterias, na época do primeiro filme isso ainda era uma incógnita. Foi a dupla Paulo Cursino (roteirista) e Roberto Santucci (diretor) que "inventou" o fenômeno Hassum, obviamente identificando o talento à época ainda velado. Até que a Sorte nos Separe (2012) foi a maior bilheteria do ano, atingindo três milhões e meio de espectadores.

Em Até que a Sorte nos Separe 2 (2013), a produção teve que substituir Danielle Winits por Camila Morgado no papel de Jane - mulher do protagonista Faustino (Leandro Hassum). O filme também foi a maior bilheteria do ano, com cerca de quatro milhões de espectadores.

Nesta terceira parte, anunciada como o episódio final, tiveram que superar a mudança do protagonista - que emagreceu setenta quilos após uma cirurgia no estômago - através de uma bela "sacada" de Cursino. Após duas partes onde o protagonista enriquece no início e passa o filme inteiro gastando a fortuna, o filme conseguiu se reinventar através de vários "pontos de virada" (é como roteiristas se referem aos momentos em que a história toma outro rumo). 

Como um filme feito para atingir o grande público, a trama segue padrões do cinema clássico, com as limitações que um campeão de bilheteria deve seguir para não desagradar seu público. Mesmo assim, tem a ousadia que já dava sinais em outro trabalho da dupla: o filme O Candidato Honesto (2014).

Se lá Cursino e Santucci já ousaram em fazer diversas piadas políticas e críticas sociais, em Até que a Sorte nos Separe 3 eles "colocam o dedo na ferida" com muito mais veemência, e se valem do pouco tempo que tiveram pra fazer o filme - as filmagens terminaram em outubro e o lançamento aconteceu em dezembro - pra criticarem o atual momento político do país. Algo que normalmente só programas semanais de TV conseguem.


Mas vamos finalmente à história. O filme começa com Faustino (Leandro Hassum) no programa do Luciano Huck disputando um milhão de reais com André Marques para ver quem mais emagreceu. Ao contrário do que o público imagina, o protagonista não ganha o dinheiro e continua trabalhando como ambulante. Atropelado, passa algum tempo desacordado e quando recobra a consciência descobre que o rapaz que o atropelou (Bruno Gissoni)  é filho do homem mais rico do Brasil e quer se casar com sua filha Teté (Júlia Dávila). O milionário oferece um emprego com alto salário e Tino termina por falir o país.

O milionário - uma clara alusão a Eike Batista - é o tipo vaidoso, que usa peruca e tem um carro na sala, além de uma mulher linda (Emanuelle Araújo) uma ex capa de revistas masculinas que usa uma coleira com seu nome. Além disso, o protagonista vai a Brasília e conversa com a presidanta - como é chamada por Tino - interpretada por Mila Ribeiro, que se não é idêntica à presidente da república, tem a voz absolutamente igual.

Na passagem pela capital federal, são feitas piadas com as famosas "pedaladas", com a mandioca e até mesmo com o executivo Nestor Cerveró e seu olho caído. Interpretado de forma hilária pelo bissexto Bemvindo Siqueira.

Mais do que a história, Até que a Sorte Nos Separe 3 carrega diversos méritos e é um dos principais pilares para o fortalecimento do cinema nacional.
Sua bilheteria fantástica - em 15 dias atingiu a marca de dois milhões de ingressos vendidos - mostra que a franquia continua "com tudo" e merece um "Até que a Sorte nos Separe 4". Quem sabe com o subtítulo de A Nova Derrocada.



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