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MOSTRA IMOVISION 25 ANOS

Abel Ferrara e Jacqueline Bisset
por Beto Besant

Na última quarta-feira, dia 23 de julho, foi realizada na capital paulista a Cerimônia de Abertura da Mostra Imovision de Cinema. O evento aconteceu no Espaço Reserva Cultural, cinema que se tornou referência em filme de arte, seja nacional ou internacional, e exibe todos os filmes da distribuidora.

Martinho da Vila
Estavam presentes diversos convidados internacionais, dentre eles o diretor norte-americano Abel Ferrara, a atriz britânica Jacqueline Bisset, que vieram apresentar o filme Bem-vindo a Nova Iorque, que abre as comemorações. Ferrara comentou que o filme apresentado é polêmico, mas que se não for assim, não tem "graça". Muito aplaudida, Bisset comentou sobre a honra de poder trabalhar com Ferrara e Gerard Depardieu.

Também estavam presentes o cantor Martinho da Vila e o diretor francês Georges Gachot, representando o filme Samba. Martinho fez um trocadilho de sua música famosa aconselhando o público a ver os filmes "devagar, devagarinho" - despertando aplausos e risos da plateia. 

Com sua simpatia habitual, o proprietário da Imovision Jean Thomas Bernardini falou sobre o sucesso que vem alcançando ao apostar em títulos elogiados pela crítica que tem agradado também ao público. Afirmou sua preocupação de sempre dar a oportunidade de os frequentadores do cinema terem acesso às pré-estreias especiais e agradeceu aos funcionários da distribuidora, pedindo que todos se levantassem para serem aplaudidos.

Jean Thomas Bernardini
Um dos pontos altos da noite foi a presença internacional do ator mirim francês Mathéo Boisselier, estrela do filme As Férias do Pequeno Nicolau. Em seu discurso, agradeceu a oportunidade de estar no Brasil dizendo que não sabe se terá oportunidade de voltar, arrancando risadas do público presente devido à sua tão pouca idade.

A comemoração traz sete filmes inéditos com pré-estreias temáticas e representantes dos filmes. Também acontece a retrospectiva de sete títulos que foram escolhidos pelos mais renomados críticos do país dentre um catálogo de cerca de trezentos. São eles: A Fita Branca, Amor à Flor da Pele, Dançando no Escuro, Vincere, Amor, A Separação e Cinema, Aspirinas e Urubus.

Representando o filme Geronimo, estavam presentes o diretor Tony Gatlif e a compositora de trilhas-sonoras Delphine Manthoulet.

Esta semana a distribuidora foi a homenageada do VI Paulínia Film Festival e sua parceria com o cinema Reserva Cultural completa nove anos. O cinema foi eleito pelo jornal Folha de São Paulo como tendo a melhor programação da cidade durante três anos.

As exibições comemorativas vão até o próximo dia 30. Os filmes inéditos são exibidos em tecnologia digital, já os da retrospectiva são exibidos em película, o que deve agradar a muitos recém saudosistas, pelo costume estar se tornando cada vez mais raro.


Delphine Manthoulet, Tony Gatlif e Mathéo Boisselier

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TRANSFORMERS - A Era da Extinção (Transformers: Age of Extinction)


por Tiago Paes de Lira

É preciso deixar uma coisa bem clara. Não importa o que eu ou outra infinidade de críticos digamos. Transformers: A Era da Extinção é Michael Bay sendo mais uma vez Michael Bay. Se for isso que você busca, irá se divertir muito. Mas está claro que essa cinesséerie precisa de um descanso, semplots gigantescos que não se fecham e sempre pedindo uma continuação. É triste, mas nem tudo por ser salvo por um robô gigante montando um dinossauro robô gigante. Por mais incrível que isso soe.

Quatros anos depois da batalha que devastou Chicago no filme anterior, Optimus Prime (Petter Cullen) e os outros Transformers estão sendo caçados pela CIA e por Harold Attinger (Kelsey Grammer) – sejam eles Autobots ou Decepticons – para um propósito escuso com a ajuda de outro ser robótico, Lockdown (Mark Ryan). Os caminhos de Optimus e do inventor Cade Yeager (Mark Whalberg) se cruzam por acidente, e uma nova aliança entre humanos e Autobots se forma contra uma força que tem maior número e poder de fogo.

Bay, apesar de sua insistência em gastar tempo de filme, não consegue avançar na história que conta, como se quisesse reiniciar o universo criado em 2006. Para isso ele usa dos mesmos arquétipos: um líder, um aprendiz, a dama em perigo, cavaleiro no cavalo branco e o guerreiro. Pior, ele mantém Bumblubee (também voz de Ryan) o eterno imaturo, como vemos na cena em que ele e Shane (Jack Reynor) invadem o show room da KSI. Hound (John Goodman) e os outros Autobots citam que, na ausência de Optimus, Bumblubee foi o líder deles. Só se for para ficar tirando onda de Camaro Amarelo (oquei, péssima piada).

O diretor pode ser criativo, quando muito, nas cenas de ação. Mas não consegue fazer uma transição ou cena dramática. Vejam por exemplo a cena inicial, onde seres orgânicos em espaçonaves transformam parte da vida da Terra em metal, e logo depois há um pulo de bilhões de anos: não há um movimento, um raccord que seja para dar suavidade ou continuidade ao momento. De novo é Michael Bay sem saber o que fazer quando precisa de uma cena que não seja regada de explosões e transformações de robôs.

É importante admitir que, pelo menos nisso, o filme funciona. A transformação de Transformers para automóveis e outros tipos de máquinas da Terra é impressionante, e com detalhes que enchem os olhos para o design de produção. Principalmente o visual escolhido para Lockdown. Tendo algo de caçador de recompensas em si, ele transforma-se não apenas em um Lamborghini Aventador, mas no momento da perseguição seu rosto transmuta-se num canhão: o que ele vê é morte, destruição, guerra. A nova geração dos novos Decepticons tem um conceito interessante com seus construtos voando pelo ar e montando-se novamente. Ao mesmo tempo, é bem menos interessante visualmente, como se fossem milhares de pixels que se juntam para dar forma a Galvatron (Frank Welker) e os outros inimigos dos Autobots.

Por causa desse cuidado que é difícil de aceitar falhas essências no visual. Enquanto a nave-prisão de Lockdown impressiona pelo tamanho e pelo design gigeriano – uma bela homenagem a filmes como Alien – O Oitavo Passageiro (Alien, 1979, Dir Ridley Scott) – Bay e Kruger esquecem alguns conceitos básicos de artilharia. Chega a ser engraçado Cade encontrar dentro de um Optimus Prime danificado cápsulas de projéteis. Parece que diretor e roteirista estavam vendo desenhos animados demais, onde as cápsulas saem inteiras do tambor. Eu me pergunto quem é o consultor técnico dessa produção, e como deixou passar uma coisa dessas. Além disso, fazer Drift (Ken Watanabe) se personificar como um Samurai, mas usando um chassi de um carro francês – um Bugatti Veyron – é imperdoável.

Mas há tantas decisões erradas nesse filme que chega a doer. Além do roteiro arrastado – com 2h45min você sabe que a cada ponto de virada ainda vem mais coisa por aí – Bay exagera nosslow-motions, nos ângulos de baixo para cima focando James Savoy (Titus Welliver) – já entendemos na primeira vez que ele é perigoso – e na moralidade que vem de qualquer lugar quando resolvem matar um personagem que seria o traidor, por assim dizer.

Todo filme precisa de receita, sabemos disso. Mas quem pensou no Marketing Indireto (ou product placement) deveria ser demitido. Aparições totalmente sem sentido da marca IMAX e de uma cerveja light – que sem motivo Cade resolve beber depois de atropelar um caminhão da marca enquanto foge da nave espacial – são, no mínimo, ridículas.

E a preguiça do roteiro continua nas suas grandes conveniências. A primeira é o fato de Shane ser um experiente piloto de corridas e estar, por acaso, na fazenda de Cade e Tessa (Nicola Peltz) – personagem que consegue ser mais sem graça ainda do que a mocinha do filme anterior – quando Savoy e seu grupo procuram por Optimus. Mais tarde, na nave de Lockdown, os Autobots desligam alguma parte qualquer do sistema de navegação e, como efeito colateral, acionam arpões que se prendem num arranha-céu ao lado, possibilitando uma fuga do trio humano. E claro, ainda há espaço para artes marciais salvarem o dia quando Joshua Joyce (Stanley Tucci) se acha acuado na China e é salvo por Su Yueming (Li Bingbing) que, apesar de ser uma SEO de uma empresa de tecnologia, achou espaço na agenda para aprender com maestria o kung-fu.

O filme é um exagero até nos erros. Sem nenhuma noção de como construir uma cena tensa de ação, Bay joga ao fundo da luta entre Optimus e Lockdown uma trilha sonora cantada – provavelmente pela banda Imagine Dragons, mas não temos certeza porque o design de som não permite que se escute nada da letra – ao invés de apostar no silêncio, ou numa música orquestrada que seja.

Esse não é um filme agradável. Entendo a fan-base criada, mas é preciso senso crítico. As piadas (Cade perguntando o preço do caminhão, referenciado o primeiro filme; a brincadeira da cópia barata feita na China que não funciona direito) e questões filosóficas que são apenas pinceladas (alma, a procura pelo criador) não salvam o filme. Vejam questões pequenas que se resolveriam facilmente, como a caça aos Transformers: Cade é genial suficiente para hackear uma câmera espiã baseada na tecnologia de Cybertron e acessar as imagens dela, mas não pensou no mais óbvio para expor os culpados, fazendo um upload para algum serviço de streaming? Uma criança de 12 anos teria essa ideia.

Transformers: A Era da Extinção é mais um amontoado de ideias recicladas, que busca inspiração nos clássicos – impossível não nos lembrarmos do mito do Rei Arthur quando Optimus saca uma espada e é chamado de Cavaleiro – mas não dá sequer um minuto para pensar no que estamos vendo. O 3D é dispensável, e só vai contribuir para a sua dor de cabeça. Porém, tem público cativo e que, aparentemente, não vai se importar nem um pouco com o que estou dizendo.


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O MELHOR LANCE (La Migliore Offerta)


por Beto Besant

Como diz um amigo crítico, o cineasta que faz uma grande obra se torna quase um escravo dela. Cada filme que faz depois ficam todos esperando a nova obra-prima. No caso de Giuseppe Tornatore, seu público sempre espera seu novo Cinema Paradiso (1988) - sem trocadilho com o título original do filme: Novo Cinema Paradiso.

Confesso que tive o mesmo sentimento ao assistir Baaria (2009), em outros filmes isso não aconteceu por eu não saber de antemão que eram de Tornatore. Apesar de chegar com a expectativa de ver um bom filme - devido ao fato de ser um dos milhares admiradores de sua obra-prima, me preparei para ver o filme sem cair no erro citado acima. E foi gratificante ver O Melhor Lance, que apesar de não lembrar em nada a filmografia do diretor, é uma bela história de romance e suspense.



Na trama, Virgil Oldman (Geoffrey Rush) é um respeitado leiloeiro de obras de arte e antiguidades que aplica diversos golpes com a ajuda de Billy (Donald Sutherland), arrematando obras valiosas por preços irrisórios.

Virgil é um homem milionário e solitário, com sérios problemas de relacionamento - refletidos num par de luvas que usa o tempo todo para não encostar em nada nem ninguém. Guarda uma paixão por retratos femininos, uma centena deles que guarda numa sala secreta.


Como se poderia imaginar, apesar de ancião nunca teve uma experiência sexual. Sua fama faz com que Claire Ibbetson (Sylvia Hoeks) o procure para avaliar os objetos antigos herdados de sua família, porém começa a estranhar que só consegue contato com ela por telefone. Começa então um "jogo de gato e rato", e o interesse pelas antiguidades somado ao mistério que envolve a mulher o deixam fascinado. Apesar de jovem e bonita, Claire possui problemas psicológicos ainda mais grave, pois há anos não consegue se aproximar de ninguém. 

O clima de romance e mistério é mantido até os últimos minuto de filme. Também existem elementos estranhos aos personagens que caracterizam a obra de Tornatore, como uma mulher anã que passa os dias em uma lanchonete repetindo números incessantemente.

Talento e experiência de Tornatore estão nítidos na telona, refletindo o rigor e excelência técnica das pinturas leiloadas por Virgil em rebuscada direção de arte, direção de fotografia precisa e movimentos de câmera bem acabados.


O roteiro - também assinado por Tornatore, é o grande trunfo do filme, por manter o público atento até o final, virtude que a direção e montagem conseguiram manter. Também as interpretações estão ótimas, Rush é o tipo do ator que consegue "segurar" uma cena apenas com o olhar.

Talvez pelo mesmo motivo que comentava no início do texto, quando vemos um filme cuja trilha-sonora é do maestro Ennio Morriconi - responsável por diversas trilhas geniais como Cinema Paradiso, Era uma Vez no Oeste (de Sergio Leone, 1968), Era uma vez na América (de Sergio Leone, 1984) e A Missão (de Roland Joffé, 1986), e para mim o melhor de todos, esperamos algo tão grandioso e marcante. Porém, até os minutos, a trilha é excessiva, como que tentando pontuar cada detalhe, um erro comum aos iniciantes. Apenas na cena final é que ouvimos algo à altura do maestro genial, nos dando vontade de ficar na sala até que os créditos terminem.

Para os saudosistas ou que não viram sequer o trailer de O Melhor Lance antes, pode ficar um gosto de decepção, por soar estranho um filme do cineasta rodado na Inglaterra e todo falado em inglês, mas se souber disso e assistir sem a expectativa de ver outro Cinema Paradiso, será uma bela experiência, seja para aqueles que gostam do chamado filme de arte, seja para aqueles que querem apenas duas horas de bom entretenimento.



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O TEOREMA ZERO (The Zero Theorem)


por Tiago Paes de Lira

Em O Teorema Zero Terry Gilliam e Pat Rushin constroem um universo ao mesmo tempo familiar e distópico. Chamado pelo diretor a parte final de uma trilogia – que começou com Brazil (Brazil, 1985) seguido por 12 Macacos (12 Monkeys, 1995) – enxergamos na tela um futuro triste, e que tem muitas similaridades com o nosso presente. Cheio de questionamentos e difícil de ser assimilado, não é tão interessante quanto o trabalho de 1995. Mas por estarmos mais próximos dessa realidade, é assustador perceber que o caminho que muitos seguimos é exatamente o retratado.

Qohen Leth (Christoph Waltz) é um gênio recluso que trabalha para a gigante corporação Mancon. Seu trabalho consiste em “processar identidades” numa máquina tão estranha quanto o termo. Ele sofre de uma angústia emocional provinda de um telefonema que ele espera todos os dias. Ao pedir para trabalhar em casa, e assim esperar a ligação, a Gerência (Damon) o coloca num programa que muitos já falharam. O Teorema Zero é uma equação que Qohen não sabe do que se trata, mas o possibilita esperar pela ligação que, acredita ele, lhe mostrará o propósito da vida.

Nessa ficção científica, não temos certeza quanto no futuro se passa. Mas o visual orwelliano lembra um “futuro usado” – termo que George Lucas usou bastante no universo Star Wars – e elementos presentes na nossa sociedade hoje dão uma dica de que essa é uma realidade não tão longe da nossa. É uma era de hiperinformação e propaganda para todos os lados. Os anúncios inclusive perseguem os transeuntes, como uma internet ruim dos anos 1990, cheia de pop-ups que não são direcionadas a você, como vemos no banner móvel que Qohen tenta desesperadamente se desvencilhar na rua, e o chama de senhora. Na festa de Joby (David Thewlis) todos os convidados estão entretidos com seus tablets e com as próprias músicas, inteirando-se apenas online. O pico do esdrúxulo é quando uma pessoa resolve tirar uma foto de Qohen engasgando ao invés de ajuda-lo.

Nesse mundo de várias cores esdrúxulas Qohen é o único sóbrio, como podemos ver no seu figurino sempre preto em contraste aos das pessoais normais – ou melhor, conformadas – e na sua antissocialidade extrema. Ele mora numa igreja, apesar de não ter a fé católica, e lá ele tem paz. Notem que pela primeira vez que o vimos saindo de lá, Qohen tem um momento de hesitação antes de abrir a porta. E com razão, pois o lado de fora é cheio de barulhos e muita luz. E sentimos isso junto do personagem, pois Gilliam consegue nos deixar junto de Qohen naquele seu universo particular.

É interessante o modo que o trabalho de Qohen funciona. Ele tem que controlar um joystick enquanto pedala no que parece ser uma bicicleta ergométrica. Não fica claro o que quer dizer isso, mas também não importa, pois Gillian faz uma crítica às grandes corporações que cada vez mais pedem que seus funcionários façam tarefas simultâneas. Mesmo que já existam estudos que mostram que o chamado multitasking não existe.

Gillian e Rushin apresentam também a busca pela felicidade, por aquilo que pode completar uma pessoa. Qohen se sente assim com Bainsley (Mélanie Thierry), mesmo que só consiga num mundo virtual, onde em determinado momento ele diz que naquela realidade, os dois poderiam ficar juntos para sempre. E o instinto paternal aflora com o irritante – como qualquer adolescente – Bob (Lucas Hedges), que é tão genial quanto Qohen, mas que tenta fugir das amarras do pai verdadeiro, a Gerência.

A ciência tem um papel profundo na tela de Qohen, pois vemos infinitas equações matemáticas na tela de trabalho dele. Mas Gilliam tem competência suficiente para não perder tempo com explicações ao espectador, o que deixa o filme dinâmico. Há também um pouco de tempo para comédia, representado pelos dois clones que não iguais entre outros momentos que parecem pequenos sketches saídos de Monty Pyton.

Fé e religião também são questionadas no filme. Assim como hoje, a religião é pervertida em mercadoria que muitos usam para abocanhar uma fatia. O cristianismo não te agrada? Ora, temos a Igreja do Batman (pelo menos naquele futuro)! Apesar de Qohen morar numa igreja, ele tem sua própria fé que não tem nada a ver com os altares que o rondam. Crer no telefone, de certo modo, é o que o fez se manter ativo e alerta. Até a femme fatale que é Bainsley mostrar que existe felicidade fora daquele mundo compacto entre a tela e o telefone. Por isso é compreensível a atitude do personagem quando é traído, por assim dizer. É a primeira vez que ele experimentou a sensação, e reagiu muito mal.

É bom ver que o filme lida com questões existenciais, como amor, conceito de alma e do fim de tudo. Com um aparente receio de não serem entendidos, Gilliam e Rushin explicam o que está acontecendo ao invés de deixar para a imaginação da plateia. É o caminho mais fácil, mas há outros elementos em discussão que ficam permeando a nossa mente até durantes os créditos quando ouvimos a voz de Bainsley, o que lembra vagamente a despedida de Samantha em Ela (Her, 2013, Spike Jonze).

O Teorema Zero tem personagens interessantes e uma atuação incrível de Christopher Waltz. As críticas às instituições fazem bem para discussões, mostrando mais uma vez que a ficção científica vai além de mostrar futuros impossíveis e improváveis. E isso é mais importante do que agradar todos, o que fica claro na direção de Gilliam.


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