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PAÍS DO DESEJO

 
por Beto Besant
 
Roberta (Maria Padilha) é uma pianista com um sério problema renal que, após desmaiar durante uma apresentação na cidade fictícia de Eldorado, é internada no hospital local. Desta forma bastante clichê, conhece o padre José (Fábio Assunção).
O sacerdote é do tipo nada conservador, o que gera diversos atritos com a Igreja, pois é favorável ao aborto em casos de estupro e ao uso de camisinha.
Além disso, sua mãe está em coma, seu irmão César (Gabriel Braga Nunes) é um médico que cuidada de Roberta e seu pai é quem mais incentiva seu senso  libertário.



O filme é um tremendo erro, onde tudo precisava ser mais trabalhado.

O elenco de estrelas de TV está muito teatral, exceto Gabriel Braga Nunes, competente como sempre. A narrativa melodramática está muito mais para telenovelas do que para cinema. A trilha sonora acompanha o estilo decadente.
A fotografia mediana, encontra em enquadramentos deprimentes, ângulos que nunca deveriam ser utilizados, como na cena em que vemos a nuca de Fábio Assunção em primeiro plano. E ligando, se é que poderia se dizer assim, um roteiro fraco, superficial e clichê que tenta abordar temas polêmicos como religião, aborto, estupro, transplante de rim, erotismo, tudo limitando-se à apenas uma "camada". Ou seja, todos os personagens são o que parecem. Das várias questões levantadas, nenhuma é aprofundada e várias são deixadas de lado no decorrer do filme. Os diálogos são pavorosos.

Há ainda uma enfermeira japonesa (Juliana Kametani) que parece ter entrado no filme apenas para fazer uma cena de nu e outra onde come óstias com ketchup, o que pretensamente era pra ser polêmico.

O diretor Paulo Caldas, dos excelentes Baile Perfumado e Deserto Feliz, desta vez errou feio, saiu da classe C (onde o cinema pernambucano se tornou mestre) para abordar a classe média de forma superficial e vazia. Certa vez reclamou que as pessoas não aceitam que um diretor pernambucano possa falar da classe média, mas considerando o resultado de País do Desejo, seria melhor que tivesse continuado a falar sobre a periferia.

 

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