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LAURENCE ANYWAYS (idem)

 
 
por Beto Besant
 
Laurence Alia (Melvil Poupaud) é um professor universitário que vive um sólido romance com Fred Blair (Suzanne Clément), até que decide assumir uma personalidade feminina e vestir-se como tal.
Como se pode imaginar, a tarefa não é nada fácil e vai interferir nos mais variados aspectos de sua vida. Enfrenta problemas de aceitação no trabalho, na família e nas ruas, tendo como único apoio sua (agora ex) namorada.
 
 
 
Terceiro longa-metragem do já cultuado Xavier Dolan, aborda uma temática interessante com um bom roteiro, que mostra, sem ser melodramático nem piegas, que o amor verdadeiro enfrenta todas as dificuldades.
 
Com apenas 23 anos, Dolan escreve, dirige, monta, cria os figurinos e ainda atua, sendo este o primeiro filme onde não está à frente das câmeras.
Seu ponto forte é a trilha sonora, muito impactante e que mescla com perfeição temas eruditos e contemporâneos. O melhor exemplo disso é quando apresenta uma sequência ao som da banda Depeche Mode onde nada teria funcionado melhor.
 
Também utiliza o recurso de sobrepor imagens com um texto escrito de forma bastante interessante. A fotografia é sempre bela e vibrante, com bons movimentos de câmera e enquadramentos. A direção peca por utilizar de metalinguagens óbvias, como numa cena de tristeza em que apresenta uma rua nevando, ou quando a personagem recebe uma notícia ruim e cai água em cima dela. 
 

A escolha de Melvin Poupaud para protagonizar a história mostra-se um tanto equivocada, pois o ator não convence o público com seu personagem, deixando o tempo todo aquele sentimento de "um homem vestido de mulher" (como fez Rodrigo Santoro no filme Carandiru - de Hector Babenco). A única coisa que me vinha a cabeça era: "Como este filme seria melhor se Sean Penn o protagonizasse..." 
 
Por outro lado, a atriz Suzanne Clément dá um show de interpretação, e não é à toa que foi premiada como Melhor Atriz no Festival de Cannes.
 
O maior problema do filme fica por conta da montagem, pois seus 160 minutos deveriam perder no mínimo 40 minutos. Por três ou quatro vezes pensamos que o filme acabou até percebermos que o filme continuará mais um pouco. Uma pena, pois um filme que, curto seria interessante e impactante, acaba ficando monótono e "arrastado".
 
Tido como menino prodígio por uns (desde que estreou seu Eu Matei Minha Mãe com enorme sucesso) e superestimado por outros, mostra que apesar de alguns excessos e preocupações de "mostrar serviço" tem muito para apresentar e evoluir.
 
É o tipo de filme que ao terminar, mesmo após 160 minutos de projeção, faz com que fiquemos assistindo o subir dos créditos para aproveitarmos até o final sua trilha sonora eficiente e pensarmos o que faria personagens como os vistos irem a um ponto tão delicado por outra pessoa.  
 
 
 

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