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PRECISAMOS FALAR SOBRE O KEVIN


por Beto Besant

Precisamos Falar Sobre o Kevin conta a história de Eva (Tilta Swinton), uma mulher casada que dá à luz um menino chamado Kevin. Desde a infância, Kevin é um menino problemático, e pouco a pouco vai deixando sua mãe mais preocupada com seu futuro e o futuro da família. Durante seus primeiro quinze anos, o menino se torna o “inferno” na vida de sua mãe, abalando inclusive seu casamento. As coisas chegam a um limite irreparável, abalando a vida de toda a família e comunidade local.
Adaptado do best-seller homônimo de Lionel Shriver, foi eleito o melhor filme no Festival de Cinema de Londres de 2011.
É um excelente filme, qualidades é o que não faltam. A começar pelo roteiro, a grande maioria dos roteiristas que tivessem um argumento como este nas mãos cairia no clichê dos filmes sobre violência extrema. Ao invés disso, a diretora Lynne Ramsay junto copm a roteirista Rory Kinnear fazem um roteiro que transita entre o terror e o drama psicológico. O filme não subjuga a inteligência do expectador, pois não entrega nenhuma informação de forma barata, gratuita. Tudo fica subentendido.
A direção é extremamente precisa. Além de ter em Tilda Swinton uma protagonista excepcional, que percebe todas as pequenas nuances do personagem, a diretora conduz muito bem os atores que interpretam Kevin na infância e adolescência.
Tilda Swinton transmite com perfeição a constante tentativa da personagem em se afeiçoar ao seu filho e compreender o que o leva a determinadas atitudes, questionando-se inclusive, se teria alguma parcela de culpa.
A montagem também faz com extrema competência a alternância entre a época anterior e a época posterior à tragédia acontecida. Pouco a pouco vai dando as informações de forma muito econômica e inteligente, segurando a atenção e curiosidade do público sobre os fatos e personagens da trama.
A trilha sonora foi muito bem escolhida, assinada por Jonny Greenwood (guitarrista do Radiohead, que também assinou a ótima trilha de “Sangue Negro”), transmite de forma sutil as emoções (ou falta delas, no caso de Kevin) dos personagens.
Além de evitar clichês, o filme consegue contar uma história de extrema violência sem utilizar de cenas de violência. Por sua sutileza e delicadeza em todos os aspectos, o filme faz com que o público saia da sala de cinema pensando sobre os detalhes não mostrados na trama.
As pessoas que leram o livro homônimo criticam (o que já era de se esperar) que o filme perde muito de sua trama original, mas para quem (como eu) não leu o livro, o filme é uma das melhores obras cinematográficas que vimos recentemente.

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